Dados do Trabalho


Título

VIGILÂNCIA MOLECULAR PARA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM PACIENTES COM HANSENÍASE NO BRASIL

Introdução

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae provocando uma inflamação granulomatosa nos tecidos cutâneos e nos nervos periféricos. Quando não tratada adequadamente, pode causar incapacidades físicas progressivas e permanentes. A principal estratégia para seu controle é o tratamento poliquimioterápico com rifampicina, dapsona e clofazimina. Entretanto, foram identificadas mutações nos genes folP1, rpoB, gyrA associadas à resistência medicamentosa (RAM). O sistema de vigilância no Brasil tem como critérios investigar: (i) 10% dos casos de hanseníase multibacilares com baciloscopia maior que 2; (ii) todos os casos tratados e curados e que tenham retornado os sinais e sintomas, portanto, casos de recidiva; (iii) todos os casos com manutenção dos sinais e sintomas ao fim do tratamento, portanto, casos suspeitos de falha terapêutica.

Objetivo (s)

Apresentar o resultado de 4 anos de seguimento da vigilância molecular para resistência aos antimicrobianos usados para hanseníase em pacientes atendidos nas unidades de referência no Brasil.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo transversal com base nos dados dos casos de hanseníase investigados para resistência antimicrobiana no Brasil de janeiro de 2019 a dezembro 2022.

Resultados e Conclusão

No período, 2.572 casos foram investigados. Desses, 667 (25,9%) eram casos novos multibacilares, 687 (26,7%) casos de recidiva e 1.218 (47,3%) casos com suspeita de falha terapêutica. Dos investigados, 1.822 (70,8%) eram pacientes do sexo masculino, 1.251 (48,6%) da faixa etária de 20-49 anos e 1.087 (42,2%) residiam na região sudeste do país. No total, apenas 65 (2,5%) pacientes apresentaram polimorfismos genéticos associados à RAM, evidenciando 32/1.218 (2,6%) nos casos de suspeita de falha terapêutica, 22/687 (3,2%) nos casos de recidiva e 11/667 (1,6%) nos casos novos da doença. Ainda do total de casos investigados, 35 apresentaram resistência à quinolona (gyrA), 21 à dapsona (folP1) e cinco à rifampina (rpoB). Foi visto também que cepas de quatro pacientes apresentaram resistência simultânea à dapsona e rifampina, indicando resistência multidrogas. Evidenciou-se baixa frequência de RAM no Brasil no período do estudo. Entretanto a epidemiologia molecular para a identificação de cepas resistentes aos antimicrobianos da hanseníase é importante, principalmente entre pacientes de recidiva.

Palavras-chave

Hanseníase; Resistência Antimicrobiana; Biologia Molecular; Sequenciamento DNA; Brasil.

Área

Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Elaine Silva Nascimento Andrade, Alexandre Casimiro Macedo, Margarida Cristiana Napoleão Rocha, Gustavo Laine Araújo Oliveira, Sandra Maria Barbosa Durães