Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DAS MUTAÇÕES RELACIONADAS A RESISTÊNCIA AOS FÁRMACOS DE 1ª E 2ª LINHA NO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE PULMONAR.

Introdução

Causada pelo o bacilo Mycobacterium tuberculosis, a tuberculose primária é caracterizada principalmente pela forma clínica pulmonar. Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, tem aumentado a resistência primária à isoniazida e a associada à rifampicina. Com isso, é importante manter a vigilância genética da resistência aos principais fármacos usados no tratamento.

Objetivo (s)

Avaliar o perfil genético de resistência dos fármacos antimicobacterianos usados no tratamento da tuberculose.

Material e Métodos

Foram analisadas 33 amostras de DNA extraídos de culturas de M. tuberculosis de escarro de pacientes com tuberculose pulmonar, cuja coleta foi realizada entre o período de 2007 a 2018, e que estavam armazenadas no Biobanco do Laboratório de Micobactérias da UFC. A confirmação como sendo do complexo M. tuberculosis foi realizada pela amplificação da região genômica IS6110. A técnica de MAS-PCR (PCR-multiplex alelo específico) foi usada para identificar mutações em regiões alvo nos genes relacionados à resistência, foram eles: inhA (C-15T), inhA (S94A), oxyR-ahpC (G-46A), pncA (C169G), embB (A916G), rpsL (A128G), gidB (G238C), rrs (A1401G), ethA (T-8A e T-11C) e Rv1258c (S292L e V219A).

Resultados e Conclusão

Das 33 amostras estudadas, 36,3% (12/33) mostraram mutações na região intergênica oxyR-ahpC, indicando resistência à isoniazida, seguido de 33,3% (11/33) com mutação no gene embB, relacionado ao etambutol. Além disso, foram detectadas resistência em 12,1% das amostras testadas em gidB e 6% em rpsL, ambos relacionados à resistência à estreptomicina e 6% ao gene Rv1258c (S292L e V219A), relativo a bomba de efluxo. Ainda em relação à isoniazida, 3% das amostras apresentaram mutação na região promotora -15 do gene inhA e nenhuma mutação foi identificada no códon 94 do gene. Também, não foram identificadas mutações nos genes pncA (pirazinamida), rrs (amicacina, canamicina e capreomicina) e ethA (etionamida). As mutações relacionadas a resistência a isoniazida e etambutol foram as mais frequentes, que assim como a rifampicina, são fármacos utilizados no esquema básico do tratamento da tuberculose. Nossos resultados corroboram com a necessidade de implementar programas de acompanhamento da tuberculose resistente na população, de forma a identificar rapidamente mutações, por meio de métodos mais abrangentes, como o sequenciamento de genoma completo, resultando assim em uma resposta mais rápida e eficaz contra o M. tuberculosis.

Palavras-chave

tuberculose; genes de resistência; resistência, isoniazida.

Agradecimentos

CNPq e UFC.

Área

Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado

Autores

Thiago Pinto Brasil, Caroliny Soares Silva, Thales Alves Campelo, Soraya de Oliveira Sancho, Cristiane Cunha Frota