Dados do Trabalho


Título

ASPECTOS LABORATORIAIS E EPIDEMIOLÓGICOS DE CÃO COM AMASTIGOTAS DE Leishmania spp. EM SANGUE PERIFÉRICO E MEDULA ÓSSEA NO MUNICÍPIO DE CURITIBA, PARANÁ.

Objetivos(s)

Esse trabalho tem por objetivos abordar os aspectos laboratoriais, diagnósticos e epidemiológicos de um caso de leishmaniose visceral canina (LVC) alóctone em um cão da raça Lhasa Apso, de 10 anos de idade atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná em Curitiba/PR. Assim como ressaltar a importância dessa zoonose como diagnóstico diferencial em áreas não endêmicas.

Relato do Caso

Ao exame clínico o paciente apresentava apatia, ascite, polidipsia, oligúria, mucosas hipocoradas, ceratoconjuntivite seca, uveíte bilateral e lesões cutâneas difusas em região dorsal do tórax apresentando dermatite crostosa e hipotricose ao redor das lesões. O cão era proveniente de área endêmica (Dourados-MS), mas residia a 3 anos em Curitiba-PR, suspeitando-se de LVC. Foram realizadas a pesquisa direta do parasita em medula óssea e PCR como testes diagnósticos, além dos exames complementares (hemograma, bioquímicos e urinálise). Na amostra de medula óssea foram observadas formas amastigotas de Leishmania spp. e, posteriormente, também foram visualizadas em esfregaços de sangue periférico. A PCR confirmou tratar-se de Leishmania infantum, principal espécie responsável por causar a LVC. No hemograma verificou-se anemia macrocítica hipocrômica e leucograma inflamatório com leucocitose por neutrofilia, desvio à esquerda e linfopenia, em decorrência de processos inflamatórios cutâneos, oculares e sistêmicos e diminuição da eritropoiese medular ocasionados pelo parasita. A linfopenia absoluta observada também pode sugerir uma menor resposta imune do tipo TH1 (resposta imune celular) relacionada a susceptibilidade do animal e progressão da doença. Na urinálise, observou-se proteinúria e cilindrúria e nos bioquímicos, hipoproteinemia e leve azotemia. A hipoproteinemia pode ser decorrente de perda protéica renal e pelo baixo escore corporal do animal. O animal cursou com piora do quadro clínico enquanto estava sob tratamento e foi optado pela eutanásia.

Conclusão

O presente caso evidencia a presença de reservatórios de LV em Curitiba. Dessa forma, se tem a hipótese de que animais não diagnosticados na região de Curitiba podem estar amplificando a doença. Sendo assim, é importante a capacitação dos Médicos Veterinários para reconhecer as alterações clínicas e laboratoriais da LVC e a obrigatoriedade de notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Agradecimentos

Hospital Veterinário da UFPR e Ministério da Educação

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

Osayanne Fernandes Martins Lopes, Bruno Miranda Moro, César Jun Hironaka Nakao, Franz Riegler Mello, Isabela Scarparo Monti, Jade Caproni Corrêa, Jaqueline Chibicheski, Leonardo Bianchi De Oliveira, Maritza Nunes Severiano, Penelope Patricio Viviani de Moura, Rosangela Locatelli Dittrich