Dados do Trabalho


Título

Vigilancia da Esquistossomose em Região Endemica do Estado da Bahia

Introdução

A esquistossomose é uma doença transmissível provocada por vermes trematódeos do gênero Schistossoma mansoni, considerada um grande problema de saúde pública no Brasil por acometer um grande número de pessoas, provocando formas graves e óbitos. O ciclo de transmissão da doença inclui, como hospedeiros intermediários, caramujos do gênero Biomphalaria, que liberam as larvas do S. mansoni nas coleções hídricas, podendo infectar o homem. Tem relação com fatores determinantes como falta de saneamento adequado, questões socioeconômicas, tipo de ocupação, lazer, escolaridade e informação da população exposta. A infecção pelo S. mansoni pode evoluir sem sintomas até o surgimento das formas graves da doença. Por esse motivo, é necessário que os municípios de área endemica mantenham o trabalho de busca ativa e tratamento dos portadores até eliminação da transmissão.

Objetivo (s)

Analisar as ações de controle da esquistossomose mansônica na Região de Saúde de Jequié, entre 2010 a 2022, com base nos dados do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE), Sistema de Notificações e Agravos (SINAN) e Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).

Material e Métodos

Estudo epidemiológico descritivo, realizado entre 2010-2022, utilizando dados dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS), de domínio público (SIS-PCE, SINAN e SIM). A área de estudo foi a Região de Saúde de Jequié-BA, composta de 26 municípios. Foram considerados casos de esquistossomose os positivos pelo método Kato-Katz, Hoffmann ou outro tipo de exame. Os dados foram analisados por meio do Microsoft Office Excel®.

Resultados e Conclusão

De 2010 a 2022, foram examinados 226.738 indivíduos para Schistossoma mansoni na região. Nesta série histórica, foi observada uma redução de 32.340 examinados na Busca Ativa em 2010 para 323 em 2022. Foram detectados 7.892 casos por Busca Ativa nos anos da série, e 12.480 casos pela Rede Básica de saúde. A positividade foi de 4,0% em 2010 e 10,8% em 2022. Em 2010, 12 (46,7%) municipios registraram dados do trabalho de busca ativa em seu território e em 2022, apenas 2 (7,7%). Foram registrados 138 casos no SINAN e 64 óbitos no SIM em 18 municipios, média de 5 óbitos anuais, apontando para a gravidade da doença. Há evidencias de transmissão sustentada da esquistossomose na região e a necessidade de implantar o trabalho de busca ativa em conjunto com a Atenção Primária em Saúde e articulação intersetorial para controle da transmissão, formas graves e óbitos.

Palavras-chave

Esquistossomose, vigilancia em saúde, prevenção

Área

Eixo 14 | Outro

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Soraya Rafaela Rodrigues Coelho da Silva