Dados do Trabalho

Título

Eliminação do tracoma como problema de saúde pública em Rondônia.

Introdução

O tracoma é uma doença inflamatória ocular, causada pelos sorotipos A, B, Ba e C da bactéria Chlamydia trachomatis. É a principal causa de cegueira infecciosa e responsável por prejuízos visuais em 1,9 milhões de pessoas, das quais 450 mil apresentam cegueira irreversível, decorrente de repetidas infecções, que causam cicatrizes na conjuntiva palpebral, levando à formação de entrópico e triquíase, que causam alterações irreversíveis da córnea. Estima-se que 190,2 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas com risco de cegueira por tracoma. No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) realizou inquérito com escolares entre 2002 e 2008, que apontou prevalência de 5% em 1.514 municípios do país. Em Rondônia, o inquérito foi realizado em 2007, com prevalência média de 3,07%, sendo encontradas prevalências municipais acima de 10%.

Objetivo (s)

Descrever o perfil epidemiológico do tracoma em Rondônia e avaliar a condição de eliminação do tracoma como problema de saúde pública (prevalência de tracoma inflamatório (TF e/ou TI) menor que 5%, em escolares).

Material e Métodos

Estudo observacional descritivo, realizado entre 2015 a 2022, tendo como fonte de dados o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), com descrição dos achados considerando o número de alunos examinados, casos novos de tracoma e taxa de detecção.

Resultados e Conclusão

No período de 15 anos de estudo e 05 anos de execução da Campanha Nacional em Escolares, na faixa de 05 a 14 anos, foram examinados 177.043 escolares (de 1ª a 4ª série da rede pública de ensino), com notificação de 7.797 casos novos de tracoma, a quase totalidade da forma clínica do Tracoma Inflamatório Folicular – TF, e taxa de detecção média variando de 3,07% em 2007 a 0,53% em 2022. Em 2007 existiam sete municípios classificados como de alto risco (prevalência entre 5 e 10%) - Seringueiras, Cujubim, Candeias do Jamari, Alto Paraíso, Machadinho d´Oeste, Pimenta Bueno e Alto Alegre dos Parecis. Em 2022, as maiores taxas de detecção foram encontradas em Mirante da Serra (2,0%) e Machadinho d´Oeste (1,4%). Nos anos de 2020 e 2021 as ações de busca ativa foram interrompidas em virtude da pandemia Covid-19.O estudo mostra que houve progressiva e sustentada redução das taxas de detecção e das áreas de transmissão da doença em Rondônia, que atualmente apresenta indicadores compatíveis com a eliminação do tracoma como problema de saúde pública, reflexo de grande esforço das três esferas de governo.

Palavras-chave

Tracoma, Chlamydia tracomatis, triquíase.

Agradecimentos

AGEVISA RO