Dados do Trabalho

Título

TUBERCULOSE ARTICULAR EM PACIENTE COM ESPONDILITE ANQUILOSANTE: RELATO DE CASO

Objetivos(s)

Descrever um caso de tuberculose (TB) articular em paciente com espondilite anquilosante (EA) em uso de inibidor de inibidores da interleucina 17 (IL17).

Relato do Caso

Homem, 48 anos, com abaulamento progressivo em cotovelo direito com limitação dos movimentos há 8 meses. Tem diagnóstico de EA há 14 anos e há 12 anos usa imunobiológicos, e estava em uso de secuquinumabe no início do atual quadro clínico. Refere que há 12 anos, antes de iniciar tratamento com imunobiológicos, fez tratamento para ILTB com isoniazida por 60 dias, após teste tuberculínico forte reator (25mm) e radiografia de tórax normal. Ao exame apresentava edema em cotovelo direito com hiperemia e sinais de derrame articular. Foi submetido a biópsia da articulação do cotovelo. O exame histopatológico revelou esboço de granulomas epitelioides e células gigantes multinucleadas do tipo Langhans, com presença de BAAR. Após esse resultado, o derrame articular foi aspirado para análise microbiológica. O teste rápido molecular (TRM) foi positivo para Mycobacterium tuberculosis (MTb) sensível à rifampicina. A cultura em meio de Lowenstein- Jensen foi positiva e MTb foi identificado fenotipicamente. O teste de sensibilidade pelo Mycobacteria Growth Indicator Tube (MGIT) revelou sensibilidade a estreptomicina, isoniazida, rifampicina e etambutol. O paciente foi tratado com rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol por dois meses, seguido por rifampicina e isoniazida por quatro meses, com resolução do quadro clínico, permanecendo com discreta limitação da flexão do cotovelo por anquilose.

Conclusão

Três aspectos merecem destaque: i) o fato do paciente ter sido diagnosticado com ILTB antes de usar imunobiológicos e ter sido tratado inadequadamente; ii) o quadro clínico surgiu durante o uso de secuquinumabe, um inibidor de IL17, que é considerado de menor risco para reativação de ILTB quando comparado com inbidor de fator de necrose tumoral alfa (TNFα); e iii) ter sido realizada biópsia de tecido sinovial que foi enviada apenas para exame histopatológico. Assim, ressaltamos a importância do diagnóstico e tratamento adequados da ILTB em candidatos ao uso de imunobiológicos, da vigilância ativa de TB nos que estão em tratamento e da investigação com exames microbiológicos e moleculares para adequado manejo clínico.