Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DE DESEMPENHO DO CONTROLE DA TUBERCULOSE EM UNIDADES PRISIONAIS BAIANAS

Introdução

A tuberculose (TB) está entre as dez patologias que mais matam no mundo e era a principal causa de óbito por um único patógeno infeccioso antes da pandemia pelo Sars-Cov2. A incidência desproporcional da TB nas populações privadas de liberdade (PPL) em todo o mundo torna-a população chave no enfrentamento da doença e o acompanhamento e avaliação dos indicadores operacionais dessa população possibilita orientação a tomada de decisões assertivas bem como direciona ações e políticas de saúde (BRASIL, 2021).

Objetivo (s)

Assim, objetivou-se com esse estudo analisar os indicadores operacionais de monitoramento da PPL baiana com TB do período que antecedeu a pandemia pela COVID19.

Material e Métodos

Estudo epidemiológico descritivo de tendência temporal com dados obtidos das unidades prisionais da Bahia notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre os anos 2009 e 2019. Elementos específicos da PPL foram obtidos no Sistema Integrado de Informações Penitenciárias e dados da população geral, do Censo Demográfico de 2010 (IBGE, 2010). As variáveis foram apresentadas com estatística descritiva, e a tendência temporal dos indicadores foi avaliada com o teste de Mann Kendall. O projeto teve aprovação do Comitê de Ética sob parecer de número 4.684.975.

Resultados e Conclusão

Foram incluídos 2.233 casos de TB nas PPL baianas. A incidência entre os apenados acompanha tendências de elevação de 959/100.000 para 1.483/100.000 hab. representando risco 25 vezes superior ao da população geral baiana. Os indicadores da assistência mostraram aumento na frequência da testagem para a coinfecção TB+HIV para todo caso novo, de 35,8% em 2009 para 83,1% em 2019 e diminuição na coinfecção de 30,6% para 7,2%. A confirmação laboratorial entre os casos novos da TB pulmonar, também elevou de 59% para 87,4%. Entretanto os retratamentos apresentaram aumento significativo de 13,1% para 19,7% no período analisado. Os indicadores relacionados à realização de Tratamento Diretamente Observado (p=0,28), cura (p=0,07), óbito (p=0,07), abandono (p=0,88) e informação sobre encerramento (p=1,00) não sofreram alterações significativas na série temporal. Mas a taxa de cura (med=66,8%) não atingiu em nenhum dos anos os 85%, preconizados para o controle da doença contrapondo-se a crescente incidência. Foi observado alto número de abandono, mas o TDO não foi utilizado para mitigá-lo. Ademais a incompletude das informações demonstra dificuldades no registro e conclusão terapêutica.

Palavras-chave

Tuberculose, Prisões; Epidemiologia descritiva

Área

Eixo 13 | Tuberculose e Outras Micobactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

KARINE LINS HORA CARVALHO, FLAVIA AZEVEDO MATTOS MOURA COSTA, MARIDALVA SOUZA PENTEADO