Dados do Trabalho


Título

Avaliação das notificações de epizootias no Rio Grande do Norte no período de 2018 a 2022.

Introdução

Zoonoses são doenças transmissíveis entre os humanos e outros animais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 61% dos patógenos humanos foram classificados como agentes zoonóticos, destacando-se a relevância da vigilância animal no território. Diante disso, o registro de epizootia, doença ou morte de um animal ou grupo, deve ser considerada uma importante estratégia de vigilância para a proteção da saúde humana, sendo no Brasil um evento de saúde pública de notificação compulsória imediata.

Objetivo (s)

Avaliar as notificações de epizootias no Rio Grande do Norte (RN) entre 2018 e 2022 por meio dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Material e Métodos

Estudo descritivo retrospectivo das notificações do SINAN, por meio da investigação quali-quantitativa dos campos da ficha de epizootias, utilizando Tabwin e Excel para análise dos dados.

Resultados e Conclusão

No período foram notificadas 2.979 epizootias envolvendo 3.884 animais, dentre mortos e doentes, sendo: 44% felinos, 31,2% morcegos, 10,2% caninos, 9,3% primatas não humanos (PNH), 2,3% aves, 0,4% canídeos silvestres e 0,2% bovídeos e equídeos, outros animais somam 1,6% e ignorados/em branco 0,9%. A média anual de notificações foi de 596, com destaque para o ano de 2021 com o maior número de notificações, 30,3% (903). A zoonose de maior suspeita foi a raiva, representando 58% dos casos. Outras zoonoses representam 36,7%, sendo 97,1% a esporotricose. Febre amarela e Febre do Nilo Ocidental somam 2,2%. Em 75,8% das epizootias houve coleta de amostras, mas em mais de 39,4% das notificações os campos do resultado laboratorial estão ignorados ou em branco. Apenas 23,4% dos municípios notificaram epizootias, sendo 90,4% na região metropolitana, com destaque para Natal, responsável por 78,3% dos registros. Constatou-se que a notificação de epizootias no RN está restrita a poucos municípios, estando voltadas para dois grupos, felinos e morcegos, e duas zoonoses, esporotricose e raiva. A vigilância de epizootias baseada em um sistema de informação eficiente, com dados consistentes e informadas em tempo oportuno se faz muito importante, visto que os animais atuam como sentinelas. Assim, a partir de 2021, o RN adotou o Sistema de Informação em Saúde Silvestre (SISS-Geo/Fiocruz) como uma ferramenta adicional, e promissora, para a notificação de epizootias, que possibilitou para a vigilância o acesso a registros fotográficos e informações georreferenciadas em tempo real das ocorrências.

Palavras-chave

zoonoses; epizootias; saúde pública;

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Cintia de Sousa Higashi, Fabíola de Souza Medeiros, Ana Paula Bartelli, Aurea Estella de Araújo Silva, Raíssa Emanuely Costa Cândido, Durval Morais da Silva, Alene Uchôa de Castro, Paulo Antonio da Rocha Ferreira, José Cirino Neto, Denise Guerra Wingerter, Diana Paula Rego de Souza Pinto