Dados do Trabalho

Título

Relação entre os níveis de metaloproteinases de matriz e seus inibidores e a poliartralgia persistente na Febre Chikungunya

Introdução

A Febre Chikungunya (FCHIK) é uma arbovirose emergente de alto impacto global, causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), que é caracterizada clinicamente em três fases: aguda (até 14 dias); pós-aguda (de 15 a 89 dias); e crônica (≥ 90 dias). A fisiopatologia da fase crônica envolve o aumento de enzimas que degradam o tecido cartilaginoso, provocando dor e inchaço nas articulações, pela liberação de enzimas que degradam a cartilagem, como as enzimas Metaloproteinases de matriz (MMP) e os Inibidores Teciduais de Metaloproteinases (TIMP).

Objetivo (s)

Assim, o objetivo desse estudo foi identificar os níveis de produção de MMP-2, MMP-9 e TIMP-2, relacionando-os à poliartralgia persistente na fase crônica da FCHIK.

Material e Métodos

Foram coletadas amostras de plasma de 64 pacientes diagnosticados com FCHIK (Elisa, IgM anti-CHIKV e RT-qPCR), durante a fase aguda e pós-aguda da doença, bem como dados reumatológicos da fase crônica, durante acompanhamento clínico no ambulatório de reumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). Os indivíduos foram classificados de acordo com a persistência (n = 38) ou resolução (n = 26) da poliartralgia na fase crônica da FCHIK. Amostras de indivíduos não infectados pelo CHIKV foram utilizadas como grupo controle (n = 14). Os níveis de MMP-2, MMP-9 e TIMP-2 foram analisados por Citometric Beads Array (CBA) através da metodologia multiplex LegendPlex - Biolegend® (Custom Human 3-plex Panel). Os dados foram avaliados quanto à normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk e foi realizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, com pós-teste de Dunn’s através do software GraphPad Prism (versão 8.0).

Resultados e Conclusão

Não foram observadas diferenças significativas entre os níveis de produção de MMP-2 e MMP-9. A produção de TIMP-2 foi significativamente menor em indivíduos com poliartralgia persistente durante a fase crônica da FCHIK (p = 0,0411). Os dados obtidos sugerem que a menor produção de TIMP-2 durante as fases aguda e pós-aguda da FCHIK pode atuar como um indicador de poliartralgia persistente na fase crônica da FCHIK. Entretanto, é necessário o desenvolvimento de pesquisas futuras que avaliem a sensibilidade e acurácia do TIMP-2 como um candidato a biomarcador da poliartralgia persistente em indivíduos acometidos pela FCHIK.

Palavras-chave

Febre Chikungunya, Poliartralgia, Metaloproteinase de matriz, Inibidor de Metaloproteinases de Matriz.

Agradecimentos

CAPES, DECIT-MS e FIOTEC