Dados do Trabalho

Título

SRAG por Influenza A (H1N1pdm09), com desfecho fatal em adolescente, no Ceará: Relato de Caso.

Objetivos(s)

Relatar um caso fatal de SRAG por influenza A em adolescente a partir de amostra de swab nasofaríngeo in vivo e post mortem, em Fortaleza, Ceará, Brasil. Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Ceará (Nº Protocolo 5.843.322).

Relato do Caso

Paciente 16 anos, do sexo masculino iniciou quadro gripal por 2 dias, com descrição de comorbidade de asma brônquica, uso regular de broncodilatador e corticoide inalatórios. Vacinado com duas doses para covid-19 e ausência da vacina para influenza. No 3° dia de sintomas, buscou atendimento médico. Nesta internação, recebeu cuidados iniciais com suporte de oxigênio e expansão volêmica, evoluindo com agitação, sudorese e extremidades mal perfundidas. Durante monitorização cardíaca, confirmada arritmia. Diante da deterioração clínica, optado por realizar IOT. Após garantir via aérea invasiva, evoluiu com sinais de choque cardiogênico. Iniciado manejo com drogas vasoativas com objetivo de suporte inotrópico, no entanto paciente evoluiu com episódios repetidos de Parada Cardiorrespiratória (PCR). Independente do suporte mantido, o óbito ocorreu após mais de 20 ciclos de reanimação. Diante da suspeita de miocardite viral, o corpo foi encaminhado ao SVO para investigação da causa morte. Rx de tórax evidenciou derrame pleural à direita. Teste rápido para Covid-19, negativo e coletado material para pesquisa viral por RT-qPCR. Plaquetas: 342.000, INR: 3,74. Após entrevista protocolar do SVO com familiar de primeiro grau do falecido, foi constatado que o paciente apresentava sintomas gripais, tornando o quadro clínico suspeito para a causa básica relacionado à covid-19, e impossibilitando a realização da necropsia por método convencional, mesmo diante de um teste rápido negativo. Com base nos organismos internacionais e Ministério da Saúde no período pandêmico (2020 – 2022), não era recomendado a realização da necropsia convencional. Objetivando a investigação etiológica foi coletado post-mortem um swab nasofaringe e encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (LACEN) que constatou em amostras ante mortem e pós mortem Influenza A H1N1 (pdm09), por RT-qPCR e PCR Sindrômico.

Conclusão

Diante da suspeita clínica de Miocardite viral seria de grande importância a Autopsia Minimamente Invasiva ter sido realizada. Esse incremento de técnica, nos SVOs, oportunizarão uma melhor investigação do comportamento dos agentes etiológicos e os novos padrões das patologias correlacionadas.

Agradecimentos

LACEN, SVO, SESA e SOPAI