Dados do Trabalho
Título
Financiamento de pesquisas relacionadas a infecções sexualmente transmissíveis no Brasil, 2012-2022
Introdução
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são um problema de saúde pública mundial. No enfrentamento a estes agravos, o uso de evidências científicas qualifica a resposta nacional, fortalece as políticas públicas e promove equidade em saúde. Assim, o investimento em pesquisas sobre o tema é essencial.
Objetivo (s)
Caracterizar o financiamento a pesquisas relacionadas às IST, realizado pelo Ministério da Saúde, entre os anos de 2012 a 2022.
Material e Métodos
Estudo descritivo que analisou a evolução do financiamento de pesquisas em IST pelo Ministério da Saúde, considerando o ano do financiamento, tipo de agravo e tipo de pesquisa. Os dados foram extraídos da Plataforma Pesquisa Saúde e de publicações institucionais temáticas. Informações que não estavam disponíveis publicamente, foram solicitadas ao Ministério da Saúde, por meio da Lei de Acesso à Informação. Os valores financeiros individuais dos projetos foram atualizados anualmente com base nas variações do índice oficial de inflação brasileiro e ajustados de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPP$) para permitir comparações com moedas internacionais.
Resultados e Conclusão
No período de 2012 a 2022, o Ministério da Saúde financiou 258 pesquisas relacionadas às IST, o que correspondeu ao montante total financiado de PPP$ 101.753.931,49. A maior proporção de projetos foi relacionada ao HIV/aids, tanto como tema único (34,1%) ou em associação com outras IST. Considerando os anos do estudo, observou-se maior proporção de pesquisas financiadas no ano 2013 (34,1%), e a redução do número de pesquisas a partir de 2019. Em relação aos recursos aplicados, nos anos 2018 e 2021, observaram-se maiores valores, de PPP$ 27.239.839,98 e PPP$ 18.881.439,77, respectivamente. Em relação ao tipo de pesquisa, 64,6% dos investimentos foram direcionados para pesquisas sobre população e saúde pública, 18,3% para pesquisas sobre sistemas e serviços de saúde e 12,6% para pesquisas clínicas. O estudo identificou que, embora a temática das IST esteja dentre as prioridades de pesquisa do país, houve variação no número de pesquisas contratadas e financiamento ao longo dos anos. Destaca-se a necessidade de planejamento de estratégias que garantam financiamento sustentável e equitativo destas pesquisas, para que as evidências científicas produzidas possam ser utilizadas para definição e fortalecimento de ações de enfrentamento às IST no Brasil.
Palavras-chave
Financiamento da Pesquisa; Apoio à Pesquisa; Infecções Sexualmente Transmissíveis
Área
Eixo 14 | Outro
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Carolina Geralda Alves, Isis Polianna Silva Ferreira Carvalho, Antonia Angulo-Tuesta, Jorge Otávio Maia Barreto