Dados do Trabalho


Título

MORTALIDADE POR LEISHMANIOSES SEGUNDO STATUS DE COINFECÇÃO POR HIV NO BRASIL E REGIÕES, 2000–2021

Objetivo (s)

Descrever o perfil e tendências temporais da mortalidade relacionada às leishmanioses segundo status de coinfecção com HIV no Brasil e regiões, 2000–2021.

Material e Métodos

Estudo ecológico de base populacional de séries temporais, baseado em dados de declarações de óbito (DO) por leishmanioses (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde 10ª revisão [CID-10]: B55) associados ou não à coinfecção pelo HIV (CID10: B20-B24), com registro no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foram calculadas taxas de mortalidade específicas para o país e regiões, com análise de tendência temporal via regressão por pontos de inflexão a partir da Variação Percentual Anual (VPA).

Resultados e Conclusão

Foram registrados 9.072 óbitos relacionados às leishmanioses, sendo 10,7% (971) em coinfecção com HIV. A Leishmaniose Visceral foi o tipo predominante nas mortes por coinfecção (2000–2009: VPA 20,3, IC 8,9-32,9; 2009-2021: VPA 1,2, IC -2,6-5,1), de 30 a 49 anos (77,6%; 753) e raça/cor parda (63,9%; 593). A taxa média de mortalidade geral por leishmanioses foi de 4,5 óbitos/100.000 habitantes, enquanto a de coinfecção foi de 0,5 óbitos/100.000 habitantes. A tendência temporal da mortalidade pela coinfecção no Brasil evidenciou mudança de padrão: de crescente para estacionário a partir de 2009 (2000–2009: VPA 20,3, IC 8,9-32,9; 2009-2021: VPA 1,2, IC -2,6-5,1). A região Nordeste concentrou a maioria dos óbitos em geral por leishmanioses (52,6%; 4.265) e cerca de 50% dos óbitos por coinfecção (476), seguida pela Sudeste (24,5%; 238), Centro-Oeste (14,8%; 143), Norte (10,5%; 102) e Sul (1,2%; 12) consecutivamente. Verificou-se duas mudanças de tendência temporal ao longo dos anos no Nordeste, com destaque para a redução no último segmento (2007–2021: VPA -20,1, IC -18,7;-0,6). As leishmanioses mantêm-se com elevada carga de mortalidade no Brasil, inclusive nos casos em coinfecção. Os achados deste estudo reforçam a importância de abordagens relativas à redução de vulnerabilidades sociais em contextos relativos a gênero, raça/cor/etnia e população economicamente ativa, particularmente em cenários da região Nordeste do país. Estes aspectos reforçam a importância de abordagens interseccionais para a garantia de acesso a diagnóstico e tratamento oportunos no Sistema Único de Saúde (SUS), bem como de superação das desigualdades em saúde.

Palavras-chave

Leishmaniose; coinfecção por HIV; Doença Negligenciada; Estudos Ecológicos

Agradecimentos

Agradecemos à FUNCAP pela bolsa de mestrado concedida à Silva, TL.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado

Autores

Taynara Lais Silva, Anderson Fuentes Ferreira, Adjoane Maurício Silva Maciel, Aymée Medeiros da Rocha, Melicile Glesil, Swamy Lima Palmeira, Thatiana Araújo Maranhão, Alberto Novaes Ramos Jr