Dados do Trabalho


Título

Vigilância entomológica da Doença de Chagas realizada em áreas urbanas do município de Salvador, Bahia, Brasil, no período de 2010-2020.

Introdução

A expansão urbana vivida no país e, em especial, na cidade de Salvador vem acompanhada de impactos ambientais que interferem negativamente no equilíbrio dos ecossistemas. Destacam-se, como consequências dessa urbanização, o aumento de animais sinantrópicos e o risco de domiciliação de vetores silvestres, entre eles, os triatomíneos. O município de Salvador está classificado como área de baixo risco para a transmissão vetorial da Doença de Chagas. À vista disso, o Centro de Controle de Zoonoses - CCZ realiza, entre outras atividades, ações de vigilância entomológica com participação popular, a exemplo dos Pontos de Informação de Triatomíneos - PIT’s, e análise laboratorial com detecção da presença de Trypanosoma cruzi no trato digestivo de triatomíneos.

Objetivo (s)

Descrever a ocorrência e a taxa de positividade dos triatomíneos coletados nos PITs instalados no município de Salvador, no período de 2010 a 2020.

Material e Métodos

Estudo epidemiológico descritivo utilizando informações do banco de dados do CCZ, oriundas das análises laboratoriais das amostras de triatomíneos que foram recepcionadas e processadas no Laboratório Fabiano Simões (SELAB/CCZ-Salvador). O período analisado compreende os anos de 2010 a 2020. Foram consideradas as seguintes variáveis: espécie do triatomíneo, estágio de vida (ovo, ninfa ou adulto) e positividade para T. cruzi. As análises foram realizadas através do software Microsoft Office Excel 2010.

Resultados e Conclusão

No período analisado, foram coletados 1.380 triatomíneos, sendo 460 (33,82%) positivos para o protozoário T. cruzi. Na série histórica, observou-se uma oscilação no número de capturas do inseto vetor entre os anos de 2010 e 2014. Além disso, verificou-se um aumento exponencial na frequência de capturas de triatomíneos entre os anos de 2015 e 2020, variando de 54 para 326 exemplares, respectivamente. A taxa de positividade para o protozoário T. cruzi também acompanhou esse aumento passando de 5,56% no ano de 2015 para 52,76% em 2020. Até o momento não foi possível confirmar a domiciliação, pois não foram encontradas formas imaturas no intradomicílio. O vetor mais prevalente na área de abrangência foi o Triatoma tibiamaculata, espécie considerada silvestre. O município não tem registro de casos humanos de doença de Chagas aguda notificado no SINAN. As ações antrópicas podem elevar o risco de reintrodução de doenças já controladas, além da introdução de novos agravos.

Palavras-chave

Doença de Chagas; Impactos ambientais; Vigilância Entomológica.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Ana Lúcia Galvão Sales, Lorena Caetano Abreu, Cláudio Luiz Paim Silva, Eliaci Couto de Lima Costa, Samanta Souza Rodrigues da Conceição, Lucrécia Maria Lopes Rocha