Dados do Trabalho


Título

Evolução dos Casos de Sarampo no Brasil nas Últimas Três Décadas: Investigando a Relação com as Coberturas Vacinais e seu Impacto na Saúde Pública.

Introdução

O Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, implantado no Brasil em 1992, promoveu a intensificação da vacinação. Os índices alcançados permitiram, em 2016, a certificação internacional de eliminação desta doença. Contudo, o intenso fluxo de pessoas, as sucessivas quedas das coberturas vacinais (CV) colaboraram para a reintrodução do vírus no país e a consequente perda da certificação em 2019.

Objetivo (s)

Analisar a evolução dos casos de sarampo e das CV nas últimas três décadas.

Material e Métodos

Estudo transversal dos casos de sarampo e da CV da 1a dose da vacina tríplice viral em crianças brasileiras de 1 ano de idade, no período de 1990-2023. Os casos foram acessados no site do Ministério da Saúde e as CV extraídas na base do PNI-DATASUS.

Resultados e Conclusão

Os dois primeiros anos da década de 1990 foram marcados por alta incidência de sarampo, e a partir de1992, com a implementação do Plano, logo houve redução significativa deste indicador, contudo a oscilação nas CV ainda permitiam a circulação do vírus e em 1997, ocorreu uma expressiva epidemia com mais de 50 mil casos. Na década seguinte, constantes e altas CV (>95%) em todas as regiões possibilitou o controle da doença, e apenas a ocorrência ocasional de casos importados. Não houve nenhum registro de sarampo nos anos de 2004 e de 2007 a 2009. Entre 2010 e 2014, houve oscilação nos registros, chegando a 220 e 876, respectivamente, tendo sido promulgada a certificação da Eliminação da doença no Brasil em 2016. Contudo, desde o ano anterior já se observou declínio nas CV. Os decrescentes índices de CV e a ausência de vigilância ativa para detecção e bloqueio da circulação viral colaboraram para a eclosão de uma nova epidemia em 2018 (9.325 casos), com consequente perda da certificação em 2019 quando houve registro de 20.901 casos. Em 2020 esta situação se manteve (8100 casos) seguida de expressiva redução em 2021 (676 casos) e 2022 (41 casos).

Conclusão: A queda das CV da tríplice viral possibilitou a reintrodução e circulação do sarampo desde 2018, cuja transmissão mantém-se sustentada até os dias atuais. Assim, tornou-se imprescindível a adoção de ações estratégicas de intensificação da vacinação, de modo a se alcançar coberturas altas e homogêneas e ao mesmo tempo garantir uma vigilância ativa da doença visando a interrupção da cadeia de transmissão, dado que este agente continua circulando intensamente em outras regiões do mundo.

Palavras-chave

Sarampo, vacinas, cobertura vacinal, série histórica, vacina tríplice viral.

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Maria Eduarda Maia Vilar, Maria Conceição Nascimento Costa, Florisneide Rodrigues Barreto, Maria Glória Teixeira, Ramon da costa Saavedra