Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MORTES POR TUBERCULOSE PULMONAR NO NORDESTE DO BRASIL (2013-2022)

Introdução

A tuberculose é uma infecção causada pelo Mycobacterium Tuberculosis e possui múltiplas apresentações, sendo a pulmonar a mais prevalente. Entre 2021 e 2022, ela causou no Brasil cerca de 5.072 óbitos, com uma incidência de 36,3/100 mil habitantes. O Nordeste, região de intensa desigualdade social, apresentou uma alta incidência de tuberculose pulmonar no panorama nacional, reforcando a ligação da pobreza com as doenças infecciosas, evidenciando o quão crucial é realizar estudos que forneçam informações precisas sobre a doença nesses contextos.

Objetivo (s)

Determinar o perfil epidemiológico dos pacientes que foram a óbito por tuberculose pulmonar na região Nordeste do Brasil de 2013 a 2022.

Material e Métodos

Estudo ecológico, realizado com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do DATASUS, sobre o perfil epidemiológico das mortes por tuberculose pulmonar, ocorridas no Nordeste, de 2013 a 2022. Devido à utilização de dados públicos sem identificação dos participantes foi dispensada a apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados e Conclusão

Foram registradas 2.314 mortes por tuberculose pulmonar no Nordeste, entre os anos estudados. O maior número de mortes foi registrado em 2015 (12,40%) e o menor número em 2020 (7,95%), os demais anos variaram entre 8,4% e 10,9%. Quanto ao sexo, houve prevalência de homens (75,28%) em relação a mulheres. A maior prevalência foi observada em indivíduos com 50-59 anos (23,77%), seguidos de 60-69 anos (18,02%), e com menor prevalência entre 0-9 anos (0,56%). Cerca de 45% não declararam sua cor/raça, havendo entre os declarados uma maior prevalência na raça parda (46,46%), seguidos por branca (3,54%), amarelo (2,64%), preto (2,25%) e indígena (0,13%). O estado do Nordeste que apresentou a maior quantidade de óbitos foi Pernambuco (25,50%), seguido por Bahia (25,28%); Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte variaram entre 13,74% e 11,75%; Maranhão, Piauí, Sergipe e Alagoas registraram menos que 4% dos óbitos cada. De acordo com os dados coletados, a prevalência de mortes foi maior no sexo masculino, na faixa etária entre 50-59 anos. Quanto a etnia dos que foram declarados, notou-se uma maior taxa de mortalidade em pardos. Pernambuco e Bahia juntos responderam por 50,78% dos óbitos. Portanto, urge que essas unidades federativas adotem medidas eficazes em relação a esses grupos, com o intuito de promover a saúde, mitigar os riscos da infecção pela tuberculose e não condescender com óbitos evitáveis.

Palavras-chave

Tuberculose Pulmonar. Morte. Perfil Epidemiológico.