Dados do Trabalho

Título

Análise de presença de Leishmania spp e Trypanosoma cruzi em morcegos de Mato Grosso do Sul.

Introdução

Os Chiropteras (morcegos) são considerados reservatórios naturais de tripanossomatídeos, sendo um forte elemento de preocupação para a saúde pública, tendo em vista que há proximidade entre morcegos, humanos e animais domésticos. Os tripanossomatídeos podem estar envolvidos em antropozoonoses como a doença de Chagas e as leishmanioses. As condições acima podem estar relacionadas à incidência das doenças em humanos, por isso a importância dos estudos em animais silvestres e sinantrópicos como possíveis reservatórios dos respectivos agentes etiológicos.

Objetivo (s)

Avaliar a presença de tripanosomatídeos em morcegos da família Molossidae nas áreas urbanas e silvestres do estado de Mato Grosso do Sul.

Material e Métodos

Foram analisadas 16 amostras de coração de morcegos da família Molossidae cedidos pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO), órgão responsável pela vigilância da raiva em morcegos. Esses espécimes pertenciam a 5 espécies diferentes, sendo elas: Nyctinomops laticaudatus (1), Molossus molossus (7), Molossus pretiosus (1), Molossus rufus (4), Promops centralis (1) e espécies identificadas apenas pertencendo à família Molossidae (2). A análise molecular por meio da nested-PCR (nPCR) foi realizada com DNA extraído de tecido do coração. Para a amplificação do DNA dos tripanosomatídeos, foram utilizados iniciadores, direcionados à região gênica (SSU) rRNA para Leishmania spp. e os iniciadores TCZ para detecção de Trypanosoma cruzi (T. cruzi). Os produtos foram analisados por eletroforese em gel de agarose 2%, corados com SybrSafe DNA gel stain, visualizados em transiluminador sob luz ultravioleta e registrados em sistema digital para documentação de gel.

Resultados e Conclusão

Foram testadas 16 amostras de DNA extraídas do coração de morcegos. Na nPCR, das 16 amostras, 7 (43,7%) foram positivas para Leishmania sp. e 4 (25%) para T. cruzi, indicando a presença de DNA desses tripanosomatídeos em espécimes de Molossus molossus, Molossus rufus além de um espécime identificado apenas até a família Molossidae. Este estudo confirma que os morcegos fazem parte do ciclo silvestre da Leishmania e do T. cruzi. O estudo deve ser continuado, visando investigar a presença da infecção por Tripanosomatideos e identificar as espécies envolvidas na infecção.

Palavras-chave

Tripanosomatídeo; antropozoonose; Chiroptera; Reação em Cadeia da Polimerase

Agradecimentos

Fiocruz Mato Grosso do Sul; CNPq-PIBIC Fiocruz, FUNDECT, Anhanguera-Uniderp.