Dados do Trabalho

Título

Padrões espaciais e espaço-temporais da mortalidade por doenças de Chagas no Nordeste do Brasil

Introdução

A doença de Chagas está entre as Doenças Tropicais Negligenciadas. Estima-se que a cada ano, 30 mil novos casos são registrados e cerca de 4.500 mil pessoas morrem por esta enfermidade no Brasil.

Objetivo (s)

Analisar os padrões espaciais e espaço-temporais da mortalidade por doença de Chagas no Nordeste do Brasil, entre os anos de 1996 a 2020.

Material e Métodos

Estudo ecológico realizado com dados provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Para tanto, usamos como variável primária a taxa bruta de mortalidade (número de óbitos/população e o resultado multiplicado por 100.000 habitantes). Posteriormente, verificamos a existência de autocorrelação espacial a partir do Índice de Moran Global e também o Local com Índice Local de Associação Espacial (LISA), para identificar ocorrência de aglomerados espaciais, usando o software TerraView. Realizamos uma varredura espaço-temporal para identificar clusters de alto risco com o SatScan. Os resultados foram considerados significativos quando p<0,05. Por fim, mapas foram construídos usando o Qgis.

Resultados e Conclusão

Durante o período de estudo foram notificados 23.669 óbitos por doença de Chagas na região Nordeste. Os estados mais atingidos foram Bahia (BA) e o Piauí (PI). Demonstrando uma autocorrelação espacial positiva (I = 0,069; p-valor = 0,002), com os mesmos estados anteriormente citados, apresentando padrões alto/alto de risco de mortalidade pela doença, juntamente com os estados de Alagoas (AL), Pernambuco (PE), Paraíba (PB) e Maranhão (MA). Já a varredura espaço-temporal identificou a presença de 10 clusters espaço-temporais, sendo que o primário inclui 484 municípios no período de 2006 a 2017, dividido entre os estados BA, Ceará (CE), PE e PI com taxa de mortalidade anual de 4,8/100.000 hab., e Risco Relativo de 3,56 (p<0,001).

Os dados mostram que as mortes por doença de Chagas ocorrem em toda a região Nordeste do Brasil, e os estados mais atingidos são BA e PI, e que ambos juntos aos estados de PE e CE constituem uma área de alto risco de mortalidade pela doença. Além do mais, esses dados demonstram áreas que devem ser priorizadas quanto a ação de controles para a morbidade, a fim de evitar mais mortes pela mesma na região.

Palavras-chave

Doença de Chagas. Análise Espacial-, DTNs, Epidemiologia