Dados do Trabalho

Título

INVESTIGAÇÃO DO DESFECHO CLÍNICO E LABORATORIAL DE PACIENTES COM HISTÓRICO DE DOENÇA DE CHAGAS AGUDA, AUTÓCTONES DA AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASILEIRA.

Introdução

Nos últimos 20 anos, houve aumento nos registros de doença de Chagas aguda (DCA) na região amazônica, principalmente em surtos por transmissão oral.

Objetivo (s)

O objetivo deste trabalho foi investigar o desfecho clínico e laboratorial de pacientes com histórico de DCA, autóctones da Amazônia.

Material e Métodos

Foram incluídos indivíduos tratados anteriormente, sendo realizado teste sorológico de anticorpos anti T. cruzi IgG, além de Eletrocardiograma (ECG), Holter de 24 horas e Ecocardiograma (ECO) para avaliação da evolução cardíaca.

Resultados e Conclusão

Foram incluídos 88 participantes, 50 (56.8%) são do sexo feminino. A mediana de idade foi de 36.5, variando entre 5 e 86 anos. A maioria, 73 (83%), são de surtos e 15 (17%) casos isolados. Os municípios de procedência foram Carauari 27(30.7%), Barreirinha 16(18.2%), Coari 14(15.9 %), Lábrea 13(14.8%), Uarini 7(8%), Manaus 3(3.4%), Nova Olinda do Norte 3(3.4%), Santa Isabel do Rio Negro 2(2.3%), Tefé 1(1.1%), Eirunepé 1(1.1%) e Tabatinga 1(1.1%). A fase aguda destes pacientes foi entre os anos 1992 e 2019. Em relação a sorologia, 46 (52.3%) apresentaram negatividade em pelo menos 2 testes, 38 (43.2%) foram reagentes e 4(4.5%) tiveram testes inconclusivos. Dos 38 pacientes reagentes, 68.4% tiveram DCA a mais de 5 anos. Todos os 88 realizaram o ECG e dos 38 pacientes com sorologias reagentes, 12 (31.6%) apresentaram alguma alteração, a maioria, inespecífica 9 (23.7%). Dos 38 Holters realizados, 2(5.3%) apresentaram alterações, 1 com Ectopias ventriculares e 1 com Ectopias supraventricular. Dos 27 ECOs realizados, 2(7.4%) apresentação alterações de fração de ejeção e aumento do ventrículo esquerdo ou do átrio esquerdo. Os pacientes com alteração no Holter são os mesmos com o ECO alterado e apresentaram soro reagentes. Com isso, este estudo observou que 5(5.7%) pacientes podem ser caracterizados como pós agudos com sorologia reagente e com alteração característica da DCC cardíaca, enquanto, 33 (37.5%) caracterizados como pós agudos com sorologia reagente, característicos de DCC indeterminada, sem alterações nos exames cardíacos ou com alterações inespecíficas. Portanto, demonstra-se a importância do seguimento clínico mesmo após o tratamento antiparasitário, para detectar precocemente possível evolução da doença e assim melhorar a expectativa e qualidade de vida desta população.

Palavras-chave

Trypanosoma cruzi, surtos, Transmissão oral, Amazonas-Brasil, evolução clínica.

Agradecimentos

Agência Financiadora: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).