Dados do Trabalho


Título

Epidemiologia, vigilância e controle do tracoma no Estado do Ceará, 2007–2022

Objetivo (s)

Caracterizar a epidemiologia, a vigilância e o controle do tracoma no Estado do Ceará, região Nordeste do Brasil, de 2007 a 2022.

Material e Métodos

Pesquisa de natureza epidemiológica com desenho misto: 1- ecológico para caracterização de padrões sociodemográficos, clínico-epidemiológicos e de distribuição espaço-temporal (2007–2021) da doença no estado do Ceará, a partir de inquéritos escolares e domiciliares registrados no SINAN, e 2- transversal analítico por meio de inquérito de base populacional, para estimativa da prevalência atual (2021–2022) de tracoma folicular (TF) entre crianças de 1 a 9 anos de idade e triquíase tracomatosa “desconhecida pelo sistema de saúde” (TT) entre adultos ≥15 anos de idade em municípios com risco epidemiológico e risco social da Microrregião Baixo Jaguaribe, no estado do Ceará.

Resultados e Conclusão

No estado do Ceará, a positividade global média da doença detectada foi inferior a 5,0% (2,8%, 56.612/2.048.038), com maior concentração de casos em territórios rurais. Entretanto em passado recente com as Regiões de Saúde Litoral Leste/Jaguaribe (2012-2014) e Sertão Central (2012) ≥10,0%, além de municípios sem desenvolvimento de inquéritos (44,0% - 81/184). Evidenciado níveis da prevalência abaixo do limiar para eliminação da doença como problema de saúde pública, mas apesar disto, houve áreas com alta positividade e limitada cobertura das ações de vigilância e controle. Na pesquisa de prevalência de base populacional na Microrregião Baixo Jaguaribe não foram detectados casos de TF ou TT. A despeito da redução de ações de vigilância e controle em territórios endêmicos, o tracoma segue em fase de eliminação. A não detecção de TF e TT está em consonância com os achados do inquérito nacional, entretanto há indicação da necessidade de ampliar a gestão de casos de TT no estado do Ceará. O caráter de doença negligenciada é reforçado por limitação de pesquisas e pelo registro em áreas de maior vulnerabilidade social, demandando a ampliação do financiamento de pesquisas estratégicas para qualificar a gestão e o planejamento. Há um claro desafio para a sustentabilidade das ações de vigilância e controle, e investimentos contínuos frente à possibilidade da recrudescência do tracoma em áreas de risco e vulnerabilidade para a doença. Estas perspectivas revestem-se de significativa relevância considerando-se o referencial de 2030 para alcance da meta de eliminação do tracoma como problema de saúde pública proposta pela OMS para alcance dos ODS.

Palavras-chave

Tracoma. Epidemiologia. Prevalência

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Adjoane Maurício Silva Maciel, Anderson Fuentes Ferreira, Nádia Maria Girão Saraiva de Almeida, Célia Landmann Szwarcwald, Joana da Felicidade Ribeiro Favacho, Vivian da Silva Gomes, Manuella Maurício Silva Maciel, Antônio Lucas Delerino, Taynara Lais Silva, Roberto da Justa Pires Neto, Alberto Novaes Ramos Jr