Dados do Trabalho


Título

Disseminação silenciosa do Vírus Linfotrópico de Células T Humanas: evidências de transmissão intrafamiliar em um centro de referência brasileiro

Introdução

O fenômeno de "Agregação Familiar" na infecção pelo HTLV-1 é definido pela distribuição peculiar de sintomas e complicações em núcleos familiares em proporção muito distinta do que é observado na população em geral que vive com esse vírus. Esse processo levanta hipóteses sobre potenciais preditores associados a características genéticas e/ou ambientais, especialmente quando ocorre em casos com prognóstico mais reservado.

Objetivo (s)

Avaliar a prevalência de agregação familiar na infecção pelo HTLV-1 entre pacientes atendidos em um Centro de Referência para o Tratamento de Infecções pelo HTLV-1, no Brasil.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo transversal envolvendo pacientes com reatividade ao HTLV confirmada por sorologia e matriculados no Serviço de Atenção Especializada em HTLV (SAE-HTLV), vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), localizado no Centro de Apoio e Atenção à Vida (CAAV) de Vitória da Conquista, Bahia. O período de pesquisa foi de julho de 2021 a agosto de 2022.

O acolhimento aos pacientes foi feito a partir de entrevista social e clínica com aplicação de questionários elaborados pelos pesquisadores e avaliação clínica padronizada por neurologista. As informações obtidas foram registradas na plataforma Kobo Toolbox. Assim, foi possível categorizar os casos índices como Positivos ou Negativos para Mielopatia Associada ao HTLV-1 (HAM). A partir do tratamento dos dados foram produzidos heredogramas dos grupos familiares.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Federal da Bahia (CEP/IMS/UFBA): No. 5.064.102 e os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) ou Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE).

Resultados e Conclusão

Este estudo revelou a existência de agregação familiar em 17 famílias que abrangem 93 comunicantes, dos quais 44% foram positivos para HTLV-1. Além disso, foram observadas coinfecções, distribuídas em HIV, HCV e Sífilis. Por fim, dentre as pessoas vivendo com HTLV-1, 22,92% foram classificadas com HAM e 37,5% como não-HAM.

Conclui-se, portanto, que conhecer a dinâmica de disseminação intrafamiliar desse vírus é um passo imprescindível para fortalecer as estratégias de saúde voltadas para prevenção e expandir as possibilidades de abordagem desses pacientes.

Palavras-chave

HTLV-1;
Agregação Familiar;
HAM/TSP;

Agradecimentos

Financiado por FAPESB, FIOCRUZ Bahia e CNPQ;

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

João Pedro Melo, Daniele Leite Alves, Roberta Muniz Luz Silva, Rebeca Leão Amorim, Davi Tanajura Costa, Felipe de Oliveira Andrade, Carolina Souza Santana, Qesya Rodrigues Ferreira, Ana Flávia Novaes, Fernanda Khouri Barreto