Dados do Trabalho


Título

Impacto da Vacinação contra COVID-19 na Mortalidade Materna em Rondônia.

Introdução

A mortalidade materna é uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres, por tratar-se de uma tragédia evitável em 92% dos casos e ocorrer principalmente nos países em desenvolvimento1. Em Rondônia, a detecção de mudanças no padrão de ocorrência e no perfil epidemiológico da mortalidade materna em 2021, caracterizadas pela magnitude e etiologia pelo SARS-CoV-2, motivou a elaboração deste estudo.

Objetivo (s)

Alertar e mobilizar profissionais de saúde e gestores para o efetivo enfrentamento desse grave problema sanitário; vacinar todas as gestantes e puérperas contra COVID-19, independente de comorbidades; e reduzir óbitos maternos.

Material e Métodos

Estudo descritivo, realizado no período de 2015 a 2022, tendo como fonte de dados secundários o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), utilizando a epidemiologia descritiva para análises de tempo, pessoa e lugar.

Resultados e Conclusão

Em Rondônia, de 2015 a 2022 foram notificados no SIM, 145 mortes maternas. Entre 2015 e 2020 (91 óbitos), as hemorragias, as doenças hipertensivas e as embolias foram as principais causas de morte. Segundo parâmetros da Organização Mundial de Saúde, no período analisado a RMM variou de 35,6 (médio risco em 2018) a 169,0/100.000NV (alto risco em 2021). Em 2020, dos 18 óbitos maternos, 22,2% tiveram como causa básica a COVID-19, todos confirmados laboratorialmente por RT-PCR. Já em 2021, houve um aumento para 43 mortes maternas, sendo 36 (81,7%) por COVID-19. Com relação a faixa etária, 95% das mortes provocadas pelo coronavírus, foram na faixa etária de 20 a 39 anos e 5% em adolescentes de 15 a 19 anos. Ocorreram óbitos maternos em 17 municípios do estado, com maior registro em Porto Velho, Vilhena e Rolim de Moura. A vacinação contra COVID-19 para todas as gestantes e puérperas iniciou no 2º semestre de 2021, com significativa redução na mortalidade materna por esta causa, após a adoção dessa medida. Em 2022 foram notificados 11 óbitos, desses, dois por COVID-19 em puérperas não vacinadas, representando uma queda de 94,4% em relação ao ano anterior. No período de estudo há fortes evidências clínicas, epidemiológicas e laboratoriais, de que a mudança do perfil de mortalidade materna no estado foi decorrente da infecção pelo SARS-CoV-2 e atribui-se a reversão desse perfil à maciça vacinação da população, ampliada a gestantes e puérperas, combinada a medidas não farmacológicas, maior integração das Redes de Atenção à Saúde e da Atenção Primária a Saúde à alta complexidade.

Palavras-chave

Vacinação, Mortalidade materna, COVID-19

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

LIVIA JULIENNE SILVA LIMA, MÁRCIA MARIA MORORÓ ALVES, LIZIANE SANDRA SILVA MENDONÇA, MARIA ARLETE GAMA BALDEZ, DAVI DINIZ PEDRAÇA, MARCO ANTÔNIO VERÇOSA CASTRO, ETHIANNE CHANNAN OLIVEIRA BASTOS