Dados do Trabalho


Título

MORTALIDADE ESPECÍFICA E HOSPITALAR POR ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS, BRASIL, 2000–2022

Introdução

O elevado número de eventos e a considerável gravidade de acidentes por animais peçonhentos reforçam a sua relevância, a ponto de terem sido incluídos no grupo de doenças tropicais negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde. A dificuldade de acesso à saúde no Brasil complexificam a atenção oportuna e contribuem para a maior gravidade dos casos no Sistema Único de Saúde (SUS).

Objetivo (s)

Descrever as tendências temporais e os padrões espaciais da mortalidade específica e hospitalar relacionada a acidentes com animais peçonhentos no Brasil, 2000–2022.

Material e Métodos

Estudo ecológico misto de base populacional nacional, de tendência temporal e espacial, baseado em dados de Internações Hospitalares (IH) que evoluíram para óbito (letalidade hospitalar) via Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS) e em declarações de óbito (DO) via Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Os dados de IH (causa primária ou secundária) e de DO (causa básica ou associada) foram extraídos dos registros de óbitos por acidentes com animais peçonhentos. Foram calculadas as taxas de letalidade hospitalar e de mortalidade específica, verificando-se tendências temporais por análise de pontos de inflexão (joinpoints) a partir da Variação Percentual Anual Média (VPAM), com Intervalo de Confiança (IC) 95%.

Resultados e Conclusão

Foram registradas 432.280/263.278.595 IH, com 2.079/10.156.202 com evolução para morte (70,7% causa primária) e 6.369/27.559.666 DO (88,4% causa básica) relacionadas a animais peçonhentos, maioria por Acidentes Ofídicos (IH 50,2% e DO 41,8%). Verificou-se maior proporção de óbitos, IH que evoluíram para óbito e DO em pessoas do sexo masculino, raça/cor parda, residentes nas regiões Nordeste e Sudeste. Não foram observadas tendência gerais para a letalidade hospitalar e mortalidade específica. Foram identificadas altas taxas de letalidade hospitalar em áreas das regiões Norte e Nordeste, assim como altas taxas de mortalidade específica em territórios da região Norte. O desfecho óbito por acidentes com animais peçonhentos se apresenta como um problema permanente nas duas últimas décadas, principalmente em regiões do Norte e Nordeste. A diferença entre a ocorrência da letalidade hospitalar e óbito registrado na DO poderá sinalizar barreiras de acesso a atenção hospitalar. Discutir estratégias de ampliação dos acessos as ações de prevenção e cuidado em áreas críticas devem ser priorizadas.

Palavras-chave

Acidentes por animais peçonhentos; Mortalidade; Hospitalização; Epidemiologia

Agradecimentos

CAPEs, CNPq e PROAP

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Anderson Fuentes Ferreira, Eliana Amorim de Souza, Jörg Heukelbach, Augusto Hasiak Santo, Taynara Lais Silva, Giovanna de Oliveira Gildo, Alberto Novaes Ramos Jr.