Dados do Trabalho

Título

Municípios com variação da tendência temporal para COVID-19 no estado de São Paulo – Brasil

Introdução

Em 31 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou a infecção pelo novo coronavírus como emergência global. O vírus foi identificado e relatado pela primeira vez na cidade de Wuhan, na China, e espalhou-se pelo mundo todo rapidamente. Em 26 de abril, poucos meses depois do início da epidemia na China, cerca de 3 milhões de casos confirmados e de 206 mil mortes já haviam sido registrados em todo o mundo por COVID-19. Em 26 de fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde do Brasil confirmou o primeiro caso da COVID-19 da América Latina: um homem brasileiro residente do estado de São Paulo, que a partir de então, tornou-se um grande epicentro da doença no Brasil.

Objetivo (s)

Identificar municípios com variações espaciais nas tendências temporais para casos de COVID-19 no estado de São Paulo.

Material e Métodos

Estudo ecológico que utilizou como unidade de análise os 645 municípios do estado de São Paulo. Como população do estudo, considerou-se todos os casos de COVID-19 notificados em São Paulo de fevereiro de 2020 a maio de 2023. Para a identificação dos municípios com variação nas tendências temporais utilizou-se a técnica denominada Spatial Variation in Temporal Trends através do software SatScan versão 9.4.

Resultados e Conclusão

Foram identificados 245 municípios que apresentaram variação na tendência temporal dos casos de COVID-19, quando comparados com o estado de São Paulo. Quarenta e sete municípios apresentaram tendência temporal interna de +1.45 a +5.95% casos/ano, 110 municípios com +7.60 a +9.65% casos/ano e 131 municípios com +11.23 a +15.12% casos/ano, enquanto o estado apresentou um decréscimo de 13% casos de COVID-19/ano. De modo mais alarmante, os municípios de Glicério e Penápolis apresentaram tendência temporal interna de +37.68% casos/ano; Álvaro de Carvalho, Garça e Júlio Mesquita +44.65% casos/ano e, por fim, Pindamonhangaba +78.97% casos/ano.
Embora as medidas de proteção contra a COVID-19 tenham sido flexibilizadas, como distanciamento social e uso de máscara, a doença ainda continua sendo uma problemática mundial com previsão de novas ondas da doença. Portanto, é imprescindível que a população seja imunizada e que os gestores municipais fiquem atentos aos índices crescentes da doença para que medidas sejam tomadas o mais rapidamente possível, visando evitar um novo colapso dos sistemas de saúde.

Palavras-chave

COVID-19; Análise Espacial; Tendência Temporal; Saúde Pública

Agradecimentos

FAPESP [2021/08263-7 e 2022/03964-0]
CAPES [88887.657730/2021-00 e código 001]
CNPq [Universal 405902/2021-2 e 140005/2023-4]