Dados do Trabalho


Título

Características clínico-epidemiológicas das hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) confirmados e descartados para CoVID-19 no Mato Grosso do Sul, 2020 a 2022

Introdução

A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) apresenta-se com sinais e sintomas que podem decorrer de diferentes agentes causais. Durante a pandemia de Covid-19, é importante identificar o perfil de pacientes com suspeita e confirmação de SRAG por Covid-19 para reconhecer as características da doença.

Objetivo (s)

Descrever as características clínico-epidemiológicas dos pacientes hospitalizados por SRAG confirmados e descartados para Covid-19.

Material e Métodos

Estudo transveresal com dados de prontuários de pacientes hospitalizados com SRAG durante o período de 2020 a 2022. Os dados foram obtidos por amostragem sistemática ou aleatória simples de prontuários, após estratificação de hospitais nas macrorregiões de saúde de Mato Grosso do Sul (MS). Calculamos frequências relativas e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) para as características analisadas.

Resultados e Conclusão

Dos 754 pacientes, 46,7% (IC95%: 43,1 – 50,3) eram do sexo feminino, 53,3% (49,7- 56,9) do sexo masculino, 56,2% (52,6 – 59,8) da raça/cor preta/parda e 0,7% (0,2 – 1,6) amarela, com idade mediana 56 anos (0 a 101 anos). 2,4% (1,4 – 3,8) eram profissionais de saúde, 1,3% (0,7 – 2,5) eram gestantes e 48,7% (45,1 – 52,3) eram portadores de alguma doença crônica. Dos casos suspeitos, 8,6% (6,8 – 10,9) foram descartados para Covid-19. O espectro clínico à admissão hospitalar era moderado em 72,3% (59,6 – 82,3) e grave em 10,8% (4,8 – 21,5) dos casos descartados e era moderado em 56,5% (52,6 – 60,2) e grave em 26,3% (23,1 – 29,8) dos casos confirmados. A frequência de sintomas entre os casos descartados e entre os confirmados para Covid-19, foi, respectivamente, 69,2% (56,4 – 79,8) e 83,3% (80,3 – 86,0) para dispneia, 63,1% (50,1 – 74,4) e 84.5% (81,5 – 87,0) para tosse, 20,0% (11,5 – 32,1) e 57,6% (53,8 – 61,3) para dor de garganta, 32,3% (21,5 – 45,2) e 52,2% (48,4 – 56,0) para mialgia, 13,8% (6,9 – 25,2) e 15,2% (12,7 – 18,2) para vômito, 15,4% (8,0 – 26,9) e 22,8% (19,7 – 26,1) para diarreia, 4,6% (1,2 – 13,8) e 24,4% (21,3 – 27,8) para perda de paladar e 6,2% (2,0 – 15,8) e 28,4% (25,1 – 32,0) para perda de olfato. As hospitalizações por SRAG no MS apresentaram alta frequência de dispneia, tosse, dor de garganta com perda do olfato e de paladar. Esses sintomas foram estatisticamente mais comuns em pacientes confirmados para Covid-19, o que pode contribuir para orientar a conduta clínica na ausência de exames laboratoriais.

Palavras-chave

Covid-19; Internação hospitalar; SRAG.

Agradecimentos

Participantes, FUNDECT-MS

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Cremildo João Baptista, Juliana Arena Galhardo, Mariana Garcia Croda, Hilton Luís Alves Filho, Martine Joseph