Dados do Trabalho


Título

Características de pessoas que evoluíram a óbito na 1ª onda da pandemia da doença causada pelo novo coronavírus em hospital de referência, Bahia.

Introdução

Na 1ª onda da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19), as manifestações clínicas variavam de quadros assintomáticos aos fatais, sendo os últimos mais atrelados à idade acima dos 60 anos, presença de diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, obesidade, neoplasia maligna, doença respiratória crônica, doença cardiovascular e hepática. Apesar do término da pandemia, estudos que delimitaram o perfil de mortalidade hospitalar na Bahia ainda são incipientes.

Objetivo (s)

Caracterizar as pessoas que evoluíram a óbito por COVID-19 em um hospital de referência na Bahia, Brasil durante a 1ª onda da pandemia.

Material e Métodos

Estudo de casuística, descritivo, cujos dados foram oriundos de prontuários das pessoas que evoluíram a óbito em um hospital público de referência para doenças infecciosas na cidade de Salvador (Bahia) entre março e dezembro de 2020. As variáveis empregadas foram as características sociodemográficas; manifestações clínicas, comportamento de risco e comorbidades; de internação e complicações clínicas; analisados por meio das frequências absolutas e relativas. O projeto foi aprovado pelo CEP do Instituto de Saúde Coletiva/UFBA.

Resultados e Conclusão

No período analisado, 618 pessoas evoluíram a óbito por COVID-19. Com maior frequência eram do sexo masculino (56,7%), na faixa etária entre 60 e 79 anos (42,7%), cor da pele negra (94,4%), ensino fundamental (53,2%), casada ou em união estável (42,8%), renda per capita entre um e dois salários-mínimos (56,1%), cujos sintomas mais prevalentes foram dispneia (95,3%), desconforto respiratório (92,8%), tosse (88,0%), febre (80,4%) e mialgia (66,7%), etilistas (61,6%), tabagistas (67,7%), com Hipertensão Arterial Sistêmica (82,4%), Diabetes Mellitus (73,0%), doença cardiovascular crônica (63,3%). A maioria foi admitida para os leitos da Unidade de Terapia Intensiva (90,3%), evoluiu a óbito antes de completar uma semana de internamento (53,7%), com saturação acima de 95% (46,9%), apresentaram insuficiência renal aguda (99,6%) e infecção hospitalar (62,6%). Os achados corroboraram estudos realizados em outros locais do Brasil e do mundo. Apesar das medidas de mitigação terem extinguido a pandemia, faz-se necessário manter as medidas preventivas como a vacinação para que novas cepas do vírus não emirjam e a doença que dizimou milhares de vidas ao redor do mundo, permaneça sob controle particularmente entre os grupos mais vulneráveis aos desfechos fatais.

Palavras-chave

COVID-19. Doença por coronavírus 2019. Mortalidade Hospitalar

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

João Felipe Vasconcelos Anjos, Jorgana Fernanda Souza Soares, Áurea Angélica Paste