Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE COMPARATIVA DOS CASOS DE COVID-19 NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ENTRE 2020 E 2022

Objetivo (s)

Comparar os casos confirmados no estado do Rio de Janeiro entre os meses e os anos do período de 2020 e 2022.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico de séries temporais de base populacional de acesso público disponível no sítio eletrônico da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. A população de estudo são todos os casos confirmados que se referem a COVID-19 utilizando a CID-10. Os dados foram tabulados em planilha Excel utilizando o aplicativo Microsoft Office Excel 365, que consistiu em organizar as frequências absolutas por variável independente (tempo) e dependente (casos confirmados). Para identificar as diferenças amostrais observadas entre os meses do mesmo ano e entre os meses de anos diferentes, foi utilizada a análise de variância (ANOVA) seguida da análise de post hoc pelo teste de Tukey HSD, a 5% de significância. As análises estatísticas foram realizadas usando o software livre R 4.2.0. Isento de apreciação por comitê de ética em pesquisa.

Resultados e Conclusão

A ANOVA de dois fatores mostrou que há efeito do Ano (Df: 2, 1060; F: 27,32; p < 0,001) e do Mês (Df: 11, 1060; F: 71,85; p < 0,001), e da interação Ano:Mês (Df: 22, 1060; F: 91,75; p < 0,001) sobre o número de casos. A análise post hoc pelo teste de Tukey HSD demonstrou que apesar de observar a influência do mês sobre número de casos, esta dependerá do ano. O mês de fevereiro de 2020 (3,72; 2,33) apresentou a média mais baixa de todos os meses e anos analisados. O ano de 2021 apresentou o mesmo padrão com médias elevadas entre os meses e anos, entretanto as médias do ano de 2022 se destacaram, em especial o mês de janeiro (18676,61; 10757,66) que obteve o maior valor registrado em todo o período pandêmico.
A pandemia da COVID-19 no estado do Rio de Janeiro não ocorreu de forma homogênea e foi possível observar médias elevadas dos casos confirmados na maioria dos meses e anos comparados durante o período analisado. A resposta nacional ineficiente evidenciou a importância da estreita relação entre política e saúde pública. Embora o Rio de Janeiro tenha decretado o isolamento social e quarentena voluntária, houve uma flexibilização precoce das medidas sanitárias favorecendo um novo aumento de casos. A rigidez e a duração das intervenções sanitárias, bem como as orientações quanto aos cuidados com a COVID-19 devem ser contínuos e são fundamentais para mitigar o impacto da pandemia.

Palavras-chave

Epidemiologia, COVID-19, ANOVA, Saúde Pública