Dados do Trabalho


Título

Síndrome Respiratória Aguda Grave por COVID-19: perfil dos indivíduos hospitalizados no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, SP, 2020-2022.

Introdução

A vigilância epidemiológica da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foi fundamental para a identificação oportuna dos casos de COVID-19 em território nacional no início da pandemia, e é importante ferramenta para a gestão assistencial de leitos e monitoramento da dinâmica do vírus SARS-COV-2 no Brasil.

Objetivo (s)

Descrever o perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico dos indivíduos com SRAG por COVID-19 hospitalizados no Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), durante o período de 2020 a 2022, e identificar fatores associados ao óbito por COVID-19.

Material e Métodos

Estudo descritivo transversal com dados secundários das fichas de investigação epidemiológica de SRAG preenchidas durante a rotina de vigilância epidemiológica hospitalar do IIER entre março/2020 a dezembro/2022. Para a análise de fatores associados ao óbito, utilizou-se a regressão logística e o nível de significância de 5%. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS versão 22.

Resultados e Conclusão

No período estudado, foram notificados 2.519 casos de SRAG confirmados para COVID-19. Considerando o perfil de características da população hospitalizada com desfecho alta ou óbito (n=2.465), observou-se uma maioria do sexo masculino (58,9%), das faixas etárias 30 a 49 anos (26,8%) e 50 a 59 anos (26,5%) e da raça/cor branca (58,5%). Os sinais e sintomas mais frequentes na admissão foram: saturação de O2 <95% (84,9%), dispneia (79,4%) e tosse (71,8%). Um total de 72,6% da população apresentava pelo menos uma comorbidade, sendo as mais prevalentes: doença cardiovascular crônica (45,1%), diabetes mellitus (26,5%) e obesidade (26,0%). No que tange a assistência hospitalar, 58,9% dos indivíduos necessitaram de terapia intensiva, e 32,6% fizeram uso de suporte ventilatório invasivo. Em relação à vacinação contra a COVID-19, 89,9% dos casos eram não vacinados ou com esquema vacinal incompleto. Os fatores independentes associados ao óbito foram: sexo masculino (OR=1,5); faixa etária de 70 anos ou mais (OR=5,1); ter pelo menos uma comorbidade (OR=2,0); doença renal crônica (OR=2,5); imunossupressão (OR=2,2); ter necessitado de terapia intensiva (OR=7,8); e suporte ventilatório invasivo (OR=24,9). O conhecimento das características da população que adoece de forma severa pela COVID-19 contribui para a organização dos serviços de assistência à saúde e também fomenta a formulação de políticas de prevenção e controle para os grupos mais vulneráveis ao agravo.

Palavras-chave

Síndrome Respiratória Aguda Grave; COVID-19; Vigilância Epidemiológica.

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

Roberta Figueiredo Cavalin, Ana Freitas Ribeiro, Giulia Soler Bianchi, Tamara Nassar