Dados do Trabalho


Título

Atividade inseticida, repelente e toxicidade do óleo essencial de Lippia gracilis em Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)

Introdução

O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor de arboviroses no Brasil. O uso de inseticidas químicos é a principal estratégia de controle, porém, a resistência é um desafio que estimula a busca por substâncias bioativas de baixa toxicidade. Espécies vegetais nativas da Caatinga e do Cerrado possuem alto potencial de exploração.

Objetivo (s)

O objetivo deste trabalho foi investigar a atividade do óleo essencial (OE) de Lippia gracilis em diferentes fases da vida do Ae. aegypti, avaliando possíveis mecanismos envolvidos em sua atividade inseticida e repelente. Como metodologia, utilizaram-se mosquitos obtidos da colônia do Laboratório de Biotecnologia Aplicada a Parasitas e Vetores.

Material e Métodos

Para a atividade inseticida, utilizaram-se grupos de ovos (n=30), larvas L3 (n=25), pupas (n=25) e adultos (n=10) expostos a diferentes concentrações do OE (2,5 - 350 ppm). A mortalidade foi avaliada após 24h e a eclodibilidade após 15 dias. Os ensaios foram em duplicata. Para análise do perfil celular e produção de óxido nítrico (NO), coletou-se a hemolinfa das larvas expostas a CL50 após 24 h. O NO foi dosado pelo método de Griess em espectrofotômetro (540 nm). A repelência foi avaliada por olfatômetro em Y com grupos de 10 fêmeas em jejum na concentração de 30 ppm. Para avaliar a toxicidade, grupos com 10 Artemia salina foram expostos às mesmas concentrações do ensaio larvicida e a mortalidade avaliada após 24 h. Na análise estatística, utilizou-se o GraphPad Prism 8.0 (p<0,05).

Resultados e Conclusão

A atividade larvicida (100%) foi obtida a partir de 30 ppm (CL50 = 14,4 ppm). O OE inibiu 89% da eclosão a 30 ppm. Houve atividade pupicida de 100% a 80 ppm (CL50 = 58,3 ppm); e adulticida, a partir de 350 ppm. O OE apresentou boa atividade repelente na concentração de 100 ppm (IRE=0,72). Na análise de NO, foi observada diminuição de 75% de produção na hemolinfa de larvas expostas ao OE. A celularidade total mostrou uma redução de 54,24%. Quanto à toxicidade, as concentrações de 25 a 38,8 ppm se mostraram tóxicas para A. salina. Assim, o OE de L. gracilis possui atividade repelente e inseticida em todas as fases testadas, sendo considerado promissor no controle do vetor Ae. Aegypti. É importante salientar que seu processo de extração possui um alto rendimento, o que é crucial no tocante ao custo-benefício de inovações tecnológicas.

Palavras-chave

alecrim-de-serrote, arboviroses, carvacrol, timol.

Agradecimentos

UFPB, LAPAVET, IDEP.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

Renan Tavares Leite, Luis Fellipe Alves da Silva, Joanna Diangelis Souza Santos, Esther Correia dos Santos Nascimento, Jheison Marcos Claudino Francelino, Wanessa Christini Costa Dantas, Mohanna Alves da Silva Nery, João Paulo Carvalho de Lima, Geovane Fernandes Muniz, Fabíola da Cruz Nunes