Dados do Trabalho

Título

Flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) emergentes em solo de um parque urbano de Belém, Pará, Brasil

Introdução

Os flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) compreendem insetos de importância médica devido, sobretudo, à transmissão de Leishmania. A ecologia desses insetos é majoritariamente voltada ao estudo das formas adultas; desse modo, o conhecimento sobre os microhabitats das formas imaturas ainda é limitado. A localização de formas imaturas no campo poderia ajudar tanto no desenvolvimento de novas estratégias de controle, quanto para o sucesso no estabelecimento de colônias de laboratório.

Objetivo (s)

O presente trabalho objetivou identificar as espécies de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae) emergentes do solo de um parque urbano de Belém, Estado do Pará, Brasil.

Material e Métodos

A área de estudo compreendeu o parque urbano Bosque Rodrigues Alves - Jardim Botânico da Amazônia, Belém, Pará, Brasil. Durante março/2022 até maio/2023, dez armadilhas de emersão foram instaladas em dois microhabitats (M1 e M2), sendo cinco armadilhas posicionadas em cada microhabitat: “M1”- próximo de bases de árvores com raízes tabulares; “M2”- no chão de floresta não protegido. O espaçamento entre M1 e M2 foi de 15m, e entre as armadilhas de cada microhabitat foi de 1.5m. Cada ciclo de amostragem compreendeu 42 dias; posteriormente as armadilhas foram reposicionadas em local adjacente. Os invertebrados emergentes no interior das armadilhas, ao se movimentarem, acabaram sendo aprisionados por contato em papéis adesivos, os quais foram analisados em duas ocasiões/ciclo (D21/ D42).

Resultados e Conclusão

Em dez ciclos de amostragem (10 armadilhas/ciclo=100 amostras) foram capturados 29 flebotomíneos (M1, n=20; M2, n=9), incluindo as seguintes espécies: Nyssomyia antunesi 45% (M1, n=10; M2, n=3), Trichophoromyia ubiquitalis 24% (M1, n=6; M2, n=1), Bichromomyia flaviscutellata 10% (M1, n=2; M2, n=1),Th. brachipyga 7% (M1, n=0; M2, n=2) e quatro exemplares não identificados 14% (M1, n=2; M2, n=2). A razão dos machos/fêmeas foi 1,1. Não houve diferenças significativas na abundância dos microhabitats estudados (t-test, t=1.2123, p=0.30546), nem na diversidade (Diversidade t-test, M1. H´=0.93689, M2. H´=1.277, t=-1.2231, p=0.24641). A emersão de flebotomíneos observada nos dois microhabitats amostrados indica que esses ambientes apresentam condições propícias ao desenvolvimento de imaturos, incluindo espécies transmissoras (comprovadas/suspeitas) de Leishmania.

Palavras-chave

Flebotomíneos; armadilhas de emersão; leishmanioses; Amazônia; parque urbano

Agradecimentos

IEC/SVSA/MS; CAPES-código-001