Dados do Trabalho


Título

Avaliação da Resposta Terapêutica ao Antimonial Pentavalente em Pacientes com Leishmaniose Cutânea Causada pela Leishmania Viannia braziliensis Apresentando mais de uma Lesão

Introdução

A leishmaniose cutânea (LC) causada por Leishmania Viannia braziliensis na nossa área endêmica é associada com elevada taxa de falha ao tratamento com o antimoniato de meglumina (AM), assim como um longo período de tempo para a cura da doença, que são limitações importantes no manejo dos pacientes com LC. Embora resistência ao antimônio seja descrita na leishmaniose, este aspecto não tem sido devidamente estudado na infecção por L. braziliensis. Fatores relacionados ao parasito podem influenciar a grande variabilidade na taxa de cura da doença ao AM que pode variar de 25% a 85%. Com relação ao hospedeiro, um fator importante para falha terapêutica é ocorrência de múltiplas úlceras. Foi documentado que a presença de uma segunda lesão aumenta em 1.7 vezes a chance de falha ao tratamento.

Objetivo (s)

Avaliar se o aumento da duração de 20 para 30 dias do uso do AM no tratamento de pacientes com LC com 2 ou mais lesões, aumenta a eficácia do tratamento e determinar a resposta terapêutica em pacientes que após a falha ao tratamento receberam 2 ou mais cursos de AM

Material e Métodos

Este é um ensaio clínico randomizado com 3 grupos de pacientes com LC apresentando 1 à 7 lesões, pareados por idade e sexo atendidos no Posto de Saúde de Corte de Pedra nos anos de 2021 e 2022. O diagnóstico da LC foi feito por PCR em material da lesão. Os pacientes do grupo 1 tinham somente 1 lesão e foram tratados com AM na dose de 20mg/Kg/peso por 20 dias. Os do grupo 2 e os do grupo 3 apresentavam de 2 a 7 lesões e foram tratados com AM na dose de 20mg/Kg/peso por 20 dias ou com a mesma dose por 30 dias, respectivamente.

Resultados e Conclusão

Não houve diferença entre os grupos com relação a idade, sexo, duração da doença, localização da lesão e tamanho da úlcera. A taxa de cura no grupo 1 foi de 64%, 54% no grupo 2 e 57% no grupo 3 (P>0.05). De 48 pacientes que falharam ao tratamento 39 receberam o segundo curso de AM e desses, 32 (82%) foram curados. A taxa de cura após a segunda série de AM nos pacientes que apresentavam 1 lesão foi de 83% e nos que tinham mais de 1 lesão foi de 86%. Conclusões: O uso do AM por 30 dias em pacientes com mais de 2 lesões não aumenta a taxa de cura da LC, e a maioria dos pacientes que receberam o segundo curso de AM foram curados, indicando que a resistência ao antimônio é baixa nesses pacientes.

Palavras-chave

Leishmaniose cutânea, tratamento.

Agradecimentos

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Alexsandro Souza Lago, Luiz Henrique Guimarães, Tainã Souza Lago, Jamile Lago, Paulo Roberto Lima Machado, Lucas Pereira Carvalho, Edgar Macelino Carvalho