Dados do Trabalho


Título

NOTIFICAÇÃO DE MIOCARDITE E PERICARDITE COMO EVENTOS SUPOSTAMENTE ATRIBUÍVEIS À VACINAÇÃO OU A IMUNIZAÇÃO (ESAVI) ESTRATIFICADOS POR VACINA COVID-19 NO BRASIL, JANEIRO A DEZEMBRO DE 2022

Introdução

As vacinas COVID-19 são cruciais para o controle da pandemia e da doença. Em maio de 2021, a miocardite e pericardite foram identificadas como eventos supostamente associados a vacina COVID-19 de RNA mensageiro.

Objetivo (s)

Descrever os eventos supostamente atribuíveis à vacinação ou a imunização (ESAVI) de miocardite e pericardite notificados no e-SUS notifica no período de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2022.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo observacional descritivo dos casos de miocardite e pericardite notificados no e-SUS notifica no período de 18/01/2021 a 31/12/2022. As notificações foram extraídas aplicando o filtro de busca dos termos “miocardite”, “pericardite”, “perimiocardite”, “ressonância cardíaca”. Os casos foram analisados e avaliados para o nível de certeza do diagnóstico sindrômico de acordo com os critérios da Brighton, gravidade (ESAVI grave e ESAVI não grave) e a causalidade em A1, B1, B2, C e D, conforme o manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação. Para ao cálculo de incidência, foi utilizado como denominador o total de doses aplicadas geral e por tipo de vacina obtidos na “Rede Nacional de Dados em Saúde” e no “Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização” (Si-PNI).

Resultados e Conclusão

Dos 225.693 ESAVI notificados, foram identificadas 154 (64,9% do sexo masculino, média de 34 anos) notificações de miocardite/pericardite. Deste total, 117 (75,9%) ocorreram após a vacina Pfizer/Wyeth, 30 (19,4%) após AstraZeneca/Fiocruz, 4 (2,6%) após Sinovac/Butantan e 3(1,9%) após a Janssen/J&J. Havia 108 EG (5 óbitos) e 46 ENG. A incidência de miocardite/pericardite foi de 0,031 a cada 100 mil doses aplicadas, com maior incidência relacionada a vacina Pfizer/Wyeth (0,056 a cada 100 mil doses aplicadas). Dos óbitos, três foram encerrados como B2 e dois como C (caso de miocardite pós-viral e pericardite por substâncias químicas tóxicas).
A maioria dos ESAVI com o termo miocardite/pericardite foram não graves. A incidência do evento foi baixa e nenhum óbito foi identificado com associação consistente com a vacina administrada. Uma limitação importante para avaliar a associação entre a vacina e o evento foi a dificuldade em estabelecer o diagnóstico sindrômico consistente devido à falta de dados da história clínica e a ausência de exames complementares.

Palavras-chave

Vacinas contra COVID-19. Farmacovigilância. Eventos Adversos. Miocardite. Pericardite.

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Carla Dinamerica Kobayashi, Martha Elizabeth Brasil Nobrega, Roberta Mendes Abreu Silva, Cibele Mendes Cabral, Monica Brauner Moraes, Paulo Henrique Santos Andrade, Jadher Percio