Dados do Trabalho


Título

Avaliação da imunogenicidade de parasitos knock-out para o gene KHARON1 como estratégia profilática contra a Leishmaniose Visceral em hamsters

Introdução

A leishmaniose visceral (LV) é um grave problema de saúde pública em expansão global. A alta letalidade impulsiona a busca por estratégias preventivas para interromper o ciclo de transmissão. Historicamente, a leishmanização, que consiste na vacinação com uma pequena quantidade de parasitos selvagens, foi a única estratégia bem-sucedida para imunização contra leishmaniose cutânea. O avanço das técnicas moleculares, tornou possível selecionar parasitos vivos atenuados, não patogênicos, com ampla variedade antigênica, induzindo imunidade protetora de forma mais segura. Esses parasitos atenuados se tornam candidatos promissores para vacinas. Foi demonstrado que a deleção do gene KHARON 1 (KH1) em L. infantum resulta em uma cepa atenuada capaz de infectar camundongos e estimular a resposta imune. Esses parasitos não conseguem sustentar a infecção nem causar doença.

Objetivo (s)

Neste estudo, avaliamos a produção de citocinas intracelulares em cultura de esplenócitos de hamsters (Mesocricetus auratus), com o objetivo de determinar a imunogenicidade em um modelo que mimetiza o quadro clínico observado na doença canina e humana.

Material e Métodos

No total, 60 hamsters foram divididos em diferentes grupos, aqueles que receberam uma ou duas doses de salina, aqueles que receberam uma ou duas doses de parasitos knock-out (KO) por via subcutânea (SC) ou intradérmica (ID), ou aqueles que receberam parasitos selvagens pela via SC ou ID. Após 30 dias da última dose, foram realizadas análises das células marcadas para as citocinas IFN-γ, TNF, IL-10 utilizando citometria de fluxo.

Resultados e Conclusão

Os resultados indicam que a imunização com parasitos KO induz uma resposta mista, com produção de citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias. Os animais que receberam leishmanização em ambas as vias apresentaram maior percentual de células produtoras de IFN-γ e TNF em comparação com os grupos que receberam apenas salina ou parasitos selvagens. Em relação à IL-10, observou-se redução no percentual de linfócitos T totais e CD4 produtoras dessa citocina nos grupos que receberam duas doses de parasitos KO. Os parasitos KO se mostraram imunogênicos, indicando o potencial promissor do uso de parasitos vivos atenuados como estratégia profilática contra a LV. Logo, destacamos o potencial inovador da citometria de fluxo para as avaliações realizadas nesse modelo.

Palavras-chave

Leishmania infantum, knock-out, leishmanização, citocinas, citometria de fluxo

Agradecimentos

UFOP, PROPPI, FAPEMIG, CAPES, CNPq e INCT-DT

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Felipe Oliveira da Silva, Gabriel José Lucas Moreira, Paulo Otávio Lourenço Moreira, Thais Lopes Valentim Di Pachoale Ostolin, Letícia Captein Gonçalves, Ana Flávia Pereira Costa, Ana Clara Assis Barcelos, Rodrigo Dian de Oliveira Aguiar Soares, Alexandre Barbosa Reis, Rubens Lima do Monte Neto, Bruno Mendes Roatt