Dados do Trabalho
Título
Municípios com transmissão de malária em área de garimpo na região amazônica no período de 2017 a 2022
Introdução
A malária é um desafio significativo para a saúde pública global. No Brasil, especialmente na região amazônica, sua prevalência é especialmente preocupante em regiões remotas, como áreas de garimpo. Esses locais apresentam características peculiares que favorecem a transmissão da doença, incluindo alta mobilidade de pessoas, degradação ambiental e dificuldade de acesso ao diagnóstico e tratamento oportunos. Esses fatores criam um ambiente propício, dificultando as medidas de controle, prevenção e eliminação da doença.
Objetivo (s)
O objetivo do trabalho foi descrever a transmissão de malária em municípios na região amazônica com área de garimpo no período de 2017 a 2022.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo descritivo, com análise de dados secundários do Sivep-Malária, respeitando os aspectos éticos (CAAE 66368322.0.0000.0030).
Resultados e Conclusão
No período analisado foram registrados 939.200 casos autóctones de malária na região amazônica. Destes, 76.570 (8,2%) tiveram infecção em áreas de garimpo abrangendo 52 municípios e cerca de 836 localidades. A espécie parasitária de maior transmissão nessas áreas foi o Plasmodium vivax, representando 81,4% dos casos. A variação anual de casos de infecção em áreas de garimpo, ao longo dos últimos anos foi: +41,8% em 2019, +79,8% em 2020, +46,3% em 2021 e +11,2% em 2022. Os casos de malária com local provável de infecção em área garimpo da região amazônica concentraram-se predominantemente em dois municípios do estado do Pará (72,5%) e 83,4% desses casos foram notificados com o local de residência neste estado. Por outro lado, no estado do Amazonas, dos casos autóctones em áreas de garimpo, quase 75% tiveram como residência outro estado. Quanto ao perfil da população afetada pela malária em municípios com áreas de garimpo, há predomínio no sexo masculino (75%), com idade de 20 a 39 anos (58,4%), não possuem ensino fundamental completo (45,7%) ou são analfabetos (4,2%) e 2,8% se declararam indígenas. Das ocupações relatadas pelos pacientes, 77,2% estavam envolvidos em atividades de garimpo nos 15 dias anteriores ao atendimento. A vigilância dos casos de malária em áreas de garimpo é relevante para o planejamento e implementação de políticas públicas. Compreender a distribuição geográfica e acompanhar a frequência dos casos em áreas de garimpos e a mobilidade da população envolvida é fundamental para promover uma abordagem efetiva e abrangente no enfrentamento dos desafios socioambientais e de saúde pública relacionados a essa atividade.
Palavras-chave
Garimpo, Malária, Plasmodium
Área
Eixo 01 | Ambiente e saúde
Categoria
Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Marcio Pereira Fabiano, Gilberto Gilmar Moresco, Maria Paula Amaral Zaitune