Dados do Trabalho


Título

Evolução temporal da morbimortalidade por COVID-19 na Região Metropolitana de Belo Horizonte-MG, 2020-2022

Objetivo (s)

Analisar a evolução temporal morbimortalidade por COVID-19 na Região Metropolitana (RMBH) de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Material e Métodos

A RMBH conta com uma população de 5.916.189 habitantes distribuídos em 50 municípios, que estão divididos entre Núcleo (34 municípios) e Colar Metropolitano (16 municípios). Foi analisado o total de casos e óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave provocada pelo SARS-CoV-2 notificados no Opendata do DataSUS no período de 2020 a 2022. Foram calculadas as taxas de incidência por 100.000 habitantes e mortalidade por 1.000, utilizando como base as estimativas populacionais do IBGE de 2021, e letalidade.

Resultados e Conclusão

Observa-se que na RMBH as curvas de incidência e mortalidade do núcleo e colar se comportaram de maneira semelhante nos três anos de estudo, com o núcleo apresentando maiores médias de incidência, mas com as médias de mortalidade variando pouco entre ambas as regiões. Em contrapartida, a curva de letalidade, correspondente à gravidade da doença, se mostrou significativamente maior no colar do que no núcleo. A capital do estado, Belo Horizonte, apresentou a maior taxa de incidência total (1.074,04), mas uma das menores taxas de letalidade (24,14). Esse padrão é observado em toda a RMBH, com maiores incidências observadas nos municípios na região central, sem grandes variações de mortalidade entre as regiões, e maior letalidade no colar e municípios periféricos, destacando-se Funilândia (58,82), Pará de Minas (58,70) e Baldim (56,41). A maior incidência nos municípios do núcleo da RMBH, especialmente em 2020, é condizente com a entrada do vírus no país, que se deu inicialmente nas capitais e regiões metropolitanas. A interiorização dos casos foi acompanhada do aumento da incidência e mortalidade nos municípios periféricos, entretanto, a maior taxa de letalidade no núcleo em relação ao colar expõe uma relação de inequidade do acesso à saúde, consequência de uma menor rede assistencial e disponibilidade de leitos. Mesmo com o fim da emergência de saúde, novos estudos que busquem entender a dinâmica da COVID-19 em diferentes contextos são importantes para o desenvolvimento e melhora dos atuais protocolos no enfrentamento de epidemias.

Palavras-chave

COVID-19; Letalidade; Incidência; Epidemiologia; Serviços de Saúde

Agradecimentos

CAPES

Área

Eixo 09 | COVID-19

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Giovanna Rotondo de Araújo, Ana Maria Viegas, Juliana Maria Trindade Bezerra, David Soeiro Barbosa