Dados do Trabalho


Título

Prevalência da raiva em quirópteros não-hematófagos no estado do Rio Grande do Norte de 2018 a 2022

Introdução

A raiva é uma zoonose caracterizada por causar grandes impactos na saúde pública, sendo transmitida por mamíferos, inclusive ao homem. Dos reservatórios, destacam-se os quirópteros por possuírem maior capacidade de replicação e dispersão viral. Pesquisas demonstram a crescente inclusão de morcegos não-hematófagos no cenário epidemiológico atual. Em 2010, foi registrado um caso de raiva humana no município de Frutuoso Gomes, interior do Rio Grande do Norte (RN), onde o transmissor foi um morcego (variante AgV3), alertando o estado quanto à incidência da doença. Entre 2018 a 2022, foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação 52.488 acidentes, sendo 687 (1,31%) por morcegos. A média anual é de 10.497 atendimentos antirrábicos, sendo 137,4 a média anual de acidentes pela espécie.

Objetivo (s)

Determinar a prevalência da raiva em quirópteros não-hematófagos no RN.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal a partir dos dados do GAL (Gerenciador de Ambiente Laboratorial), no período de 2018 a 2022, utilizando o software Excel para cálculo da prevalência da raiva e índice de positividade (nº de positivos x 100 / nº total de amostras).

Resultados e Conclusão

Analisaram-se 1.484 amostras de quirópteros, sendo 278 (18,69%) positivos no teste da Imunofluorescência Direta (IFD), tratando-se em sua maioria de insetívoros (prevalência da família Molossidae), confirmados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) do RN, resultando em um índice de positividade de 18,73%. Destacam-se os anos de 2018, 2019 e 2020 com os maiores índices anuais para a espécie, quais sejam, 20,59%, 20,37% e 20,06% respectivamente. Ainda, observou-se que, dos 167 municípios, 79 enviaram amostras de morcegos, ressaltando-se o oeste potiguar que, no período, enviou apenas 50 (3,37%) amostras, sendo tal região onde houve o último caso de raiva humana causada por morcego. O índice de morcegos, especialmente não-hematófagos, registrados confirma a sua participação na cadeia de transmissão da raiva no RN e, sobretudo, vem ultrapassando o índice de normalidade determinado pela OMS (1-4%). Mesmo com a ausência de municípios no encaminhamento de amostras suspeitas, o índice de positividade da raiva em morcegos permanece com o maior número entre os animais encaminhados pelos municípios. Portanto, os resultados apresentados são de suma importância para o planejamento da vigilância da raiva no estado do RN.

Palavras-chave

Morcego; prevalência; positividade.

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Ana Paula Bartelli, Cintia de Sousa Higashi, Aurea Estella de Araújo Silva, Raíssa Emanuely Costa Cândido, Alene Uchoa de Castro, Iago Matheus Bezerra Pedrosa, Fabíola de Souza Medeiros, Durval Morais da Silva, Paulo Ferreira, Denise Guerra Wingerter, Ranih Pegado de Araújo