Dados do Trabalho


Título

PERFIL DE VULNERABILIDADE DA COINFECÇÃO TUBERCULOSE-HIV

Introdução

A redução do acesso ao diagnóstico e tratamento da TB durante a pandemia COVID-2019, reverteu anos de progresso na prestação de serviços essenciais para o controle da doença. Globalmente, o número estimado de mortes por TB aumentou, e nos anos de 2020 e 2021, houve um decréscimo de casos novos de TB testados para HIV, com proporções de 82,2% e 76,9%. Inúmeros são os fatores de vulnerabilidade da coinfecção tuberculose (TB) e imunodeficiência humana (HIV, sigla em inglês para human immunodeficiency vírus), e abordar os fatores sociodemográficos e clínicos pode favorecer na avaliação de medidas, entender a vulnerabilidade e proporcionar o direcionamento de intervenções necessárias para o controle da cadeia de transmissão da doença.

Objetivo (s)

Descrever o perfil da coinfecção TB-HIV, no período de 2016 a 2018, no Espírito Santo – Brasil.

Material e Métodos

Estudo analítico, realizado através de processo metodológico de preparação do banco e análise descritiva de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação de TB (SINAN-TB). A análise dos dados consistiu em 5 etapas, sendo a primeira, a análise da qualidade dos dados, a segunda a padronização de nomes e datas, posteriormente a análise de duplicidade, completude dos dados por linkage com o banco HIV (a fim de obter informação referente ao HIV) e anonimização do banco para retirada da Secretaria de Estado da Saúde, que ocorreu em junho de 2022. Utilizou-se o pacote estatístico STATA, versão 14 (StataCorp LP, College Station, TX, EUA) para realização das análises descritivas.

Resultados e Conclusão

Dos 4428 registros, utilizou-se após etapas, 325 casos da coinfecção TB-HIV. O perfil de vulnerabilidade individual observou-se predomínio de homens (71%), jovens (20 a 39 anos) (52%), pardos (59%) e tempo de estudo de até 8 anos (25%). No perfil de vulnerabilidade programática foi baixa adesão à terapia antirretroviral, apenas 44% com desfecho de cura e 61% não realizaram o tratamento diretamente observado (TDO). O perfil social mostrou que apenas 6,9% dos casos recebiam auxílio de renda do governo. O estudo possibilitou identificar um perfil sociodemográfico de vulnerabilidade, a fim de proporcionar o controle dessa dupla carga de doenças. É necessário que, aliado ao fortalecimento das ações de saúde, haja também o incremento das ações de políticas de inclusão de proteção de direitos, como os programas sociais a fim de minimizar perdas de seguimento na coinfecção, com foco no fim da TB até 2035.

Palavras-chave

Tuberculose, HIV, Epidemiologia, Perfil de Saúde

Agradecimentos

FAPES

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

KARLLIAN KERLEN SIMONELLI SOARES, Wilian Hiroshi Hisatugu, FERNANDA MATTOS SOUZA, Ethel Leonor Noia Maciel, THIAGO NASCIMENTO PRADO