Dados do Trabalho

Título

ISOLAMENTO DE AGENTES DA CRIPTOCOCOSE HUMANA EM CALOPSITAS (Nymphicus hollandicus) CATIVAS NO CENTRO-OESTE DO BRASIL: UM RISCO PARA A SAÚDE HUMANA

Introdução

A criptococose é uma micose oportunista, sistêmica cuja a infecção é decorrente da inalação das leveduras do complexo Cryptococcus neoformas e Cryptococcus gattii. O primeiro agente acomete imunodeprimidos; é cosmopolita, sendo isolado em excretas de pombos. Já a infecção por C. gattii, é usualmente descrita em indivíduos imunocompetentes e seu nicho é representado por ocos de árvores e poeira doméstica. São observadas lesões cutâneas, ósseas, pulmonares além da neurocriptococose, que é mais grave e não raramente fatal.

Objetivo (s)

O objetivo desta pesquisa foi isolar e realizar identificação molecular de agentes causadores da criptococose em excretas de calopsitas (Nymphicus hollandicus) cativas no Centro-Oeste do Brasil

Material e Métodos

Foram coletadas 69 amostras (excretas) de calopsitas cativas em três pontos em Cuiabá, e região metropolitana (Várzea Grande) no período de outubro de 2018 a abril de 2019. O protocolo utilizado foi descrito por Filíu (2002) e Lazera (1998). As amostras foram semeadas em meio níger e incubadas a 35°C por 72 h. As colônias sugestivas do complexo Cryptococcus foram submetidas ao teste de urease (COX, 2000). O DNA foi extraído segundo o protocolo descrito por Del Poeta (1999). Para a caracterização molecular foi realizada a técnica de URA5-RFLP proposta por Meyer (2003).

Resultados e Conclusão

Das 69 amostras, em 16 (27,5%) foi evidenciado o crescimento de colônias marrons características dos complexos C. neoformans e C. gattii. Essas, foram positivas para a prova de urease e os resultados da URA5-RFLP demonstraram que 75% das 16 amostras foram identificadas como C. neoformans (VNI), e 25% C. gattii (VGII). Os isolamentos dos agentes da criptococose em excretas de calopsitas não determina que essa espécie seja um reservatório. Entretanto, esses resultados são importantes visto que, os pássaros domésticos também possuem excretas ricas em compostos nitrogenados, essenciais para o crescimento das leveduras. Neste contexto, criadores e tutores encontram-se expostos diariamente no momento da limpeza das gaiolas correndo o risco de adquirir a infecção. Os resultados aqui descritos são de suma importância tanto para o entendimento eco-epidemiológico e respectivo elo com a saúde humana.

Palavras-chave

Pássaros domésticos; eco-epidemiologia; Mato Grosso; Cryptococcus neoformans; Cryptococcus gattii