Dados do Trabalho


Título

Análise epidemiológica da febre reumática aguda no Brasil nos últimos cinco anos

Introdução

A febre reumática é um desafio para o Sistema Único de Saúde (SUS) devido ao seu acometimento sistêmico. É uma complicação não-supurativa de faringoamigdalite por Streptococcus pyogenes. A ocorrência desse quadro clínico dentro do SUS está relacionada à forma de lidar com as complicações mais crônicas da doença, como a valvopatia mitral, uma vez que o quadro agudo corre risco de cronificação latente. Por isso, é crucial se atentar ao cuidado e está alerta para o desenvolvimento dessa febre em pacientes com infecções recorrentes de garganta associadas à predisposição genética.

Objetivo (s)

Analisar o perfil epidemiológico de pacientes com febre reumática aguda no Brasil nos últimos cinco anos (2018-2022).

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo com corte transversal das internações por febre reumática aguda, com série histórica temporal entre 2018 a 2022, por local de residência, a partir dos dados obtidos pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS). Foram analisadas as seguintes variáveis: Ano Atendimento, Região e Sexo.

Resultados e Conclusão

No período de 2018 a 2022, foram registradas 8.184 internações por febre reumática aguda no Brasil. A maior parte dos casos ocorreu em 2018 (28,1%, n=2.321) e 2019 (24,4%, n=2.002), seguindo o padrão registrado nos anos pré-pandêmicos. Na pandemia, as internações por essa condição caiu, tanto pelas subnotificações, quanto pelo aumento de insumos para tratamento de síndromes gripais antes de evoluírem para casos mais graves, como a febre reumática aguda. Assim, na pandemia, demonstra-se que os registros foram: 2020 (17,6%, n=1.441), 2021 (15,4%, n=1.244) e 2022 (14,4%, n=1.176). No que tange à Região, têm-se que as regiões Sudeste e Nordeste tiveram a maior prevalência quando comparadas às outras regiões, somando-se aproximadamente 70% das internações. Por fim, a febre reumática aguda não possui predomínio em relação ao sexo, uma vez que ambos comportaram-se de maneira estável durante o período analisado. Vê-se, portanto, que as internações por febre reumática aguda diminuíram no período pandêmico, tendo como hipóteses o subdiagnóstico e subnotificações, em virtude de que, mesmo que o paciente apresentasse sintomas de síndrome gripal nesse período, nenhum profissional de saúde o trataria com penicilina benzativa. Logo, espera-se que, no futuro, ocorra um aumento da quantidade de pessoas com sequelas reumáticas crônicas, a exemplo de estenose mitral.

Palavras-chave

Febre reumática; Streptococcus pyogenes; Pandemia

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Graduado

Autores

ANANDA VIEIRA LIMA ALMEIDA, ALEF SANTIAGO REZENDE, CLARISSA RIBEIRO LEITE, ANA CAROLIINE SANTOS GOMES, RAFAEL CARNEIRO LÉLIS, CAROLINE SILVA NOVIS