Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico de tuberculose entre profissionais de saúde no Brasil registrados no Sinan entre 2014 a 2022

Introdução

A tuberculose (TB) é a nona causa de morte no mundo e a principal causa de um único agente infeccioso. Dentre as populações mais vulneráveis para TB, encontram-se os profissionais de saúde. Isto pode estar relacionado ao maior risco de exposição devido ao frequente contato com indivíduos diagnosticados com a TB, em virtude de sua atividade laboral associado a falhas ou ausência de medidas de saúde e segurança nos serviços de saúde.

Objetivo (s)

Objetivo deste estudo foi descrever os casos de tuberculose (TB) entre profissionais de saúde no Brasil no período de 2014 a 2022.

Material e Métodos

Trata-se de estudo de vigilância em saúde realizado a partir de dados secundários dos registros de TB no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre profissionais de saúde. A população do estudo foi obtida do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), ou seja, todos os profissionais de saúde registrados no CNES. Foram calculadas as seguintes medidas: média, desvio padrão, frequências absolutas e relativas, variação percentual proporcional (VPP) e estimados os Coeficientes de Incidência (C.I.) de TB entre profissionais de saúde.

Resultados e Conclusão

No período de 2014 a 2022, foram notificados 811.312 casos de TB no Sinan, destes 1,2% (n= 9.630) dos casos ocorreram entre profissionais de saúde. A maior parte dos profissionais de saúde com TB eram da faixa etária de 20 a 39 anos (51,2%), do sexo feminino (n= 64,2%) e desenvolveram TB pulmonar (70,2%). Cerca de 7% dos profissionais de saúde tinham Aids (6,6%) associada a TB. O C.I. acumulada de TB para o período de 2014 a 2022 foi de 180,1 por 100.000 profissionais de saúde. O C.I. de TB entre profissionais de saúde passou de 10,8 por 100.000 profissionais de saúde em 2014 para 23,9 por 100.000 profissionais de saúde em 2022, apresentando um aumento de +121,7%. Maiores médias de C.I. de TB entre profissionais de saúde no período de 2014 a 2022 ocorreram nas Unidades Federativas do Amazonas (C.I. 83,0 por 100.000 profissionais de saúde), Pará (C.I. 56,8 por 100.000 profissionais de saúde) e Acre (C.I. 53,1 por 100.000 profissionais de saúde). Os resultados apresentados poderão contribuir para o desenvolvimento de indicadores e políticas públicas voltadas a proteção do profissional da saúde diante da tuberculose.

Palavras-chave

Tuberculose, Saúde do Trabalhador, Profissionais de Saúde.

Agradecimentos

Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde do Trabalhador (CGSAT) do Ministério da Saúde