Dados do Trabalho
Título
Síndrome Respiratória Aguda Grave por SARS-CoV-2 em pacientes infectados pelo HIV no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, 2020-2022
Introdução
O vírus SARS-CoV-2 é responsável por causar uma doença de rápida disseminação denominada COVID-19, caracterizada por uma infecção aguda do trato respiratório e que tem diferentes apresentações clínicas, de assintomáticas a quadros severos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A COVID-19 afeta populações de todas as classes sociais e idades, contudo, alguns indivíduos apresentam maior vulnerabilidade à desfechos desfavoráveis, como as pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA)
Objetivo (s)
Descrever o perfil clínico-epidemiológico das pessoas PVHA hospitalizadas por SRAG relacionada à COVID-19 no período de 2020 a 2022 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, São Paulo, SP
Material e Métodos
Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com abordagem transversal e uso de dados secundários das fichas de investigação epidemiológica de SRAG. Características sociodemográficas e clínicas foram descritas por frequências absolutas e relativas segundo desfecho (alta/óbito), e os fatores associados ao óbito foram identificados por meio de regressão logística, considerando o nível de significância de 5%.
Resultados e Conclusão
Foram notificados 169 casos de SRAG em PVHA com COVID-19 laboratorialmente confirmada, com letalidade hospitalar de 20,7%. Houve prevalência de indivíduos do sexo masculino (76,9%), com 50 anos ou mais (63,3%), raça/cor branca (51,5%) e mais de oito anos de estudo (46,7%). Apresentavam-se clinicamente com dessaturação de oxigênio (81,7%), dispnéia (79,3%), tosse (76,3%) e febre (69,2%), e importante parcela apresentava alguma comorbidade além do HIV/AIDS (56,8%). A necessidade de suporte ventilatório invasivo foi identificada em 20,1% e de terapia intensiva em 39,1%. O uso regular da terapia antirretroviral foi referido por 67,5% dos casos, e a maioria não havia sido vacinada contra COVID-19 (65,1%). Os fatores associados ao óbito no modelo ajustado foram: internação em UTI (OR=5,8; p=0,013); necessidade de suporte ventilatório invasivo (OR=34,6;p<0,001); e contagem de linfócitos T CD4+ inferior a 350 células/mm3 (OR=4,5; p=0,023).
Conclusão: É imprescindível investigar a sinergia entre o HIV/AIDS e a COVID-19, a fim do controle dessas pandemias. A identificação das vulnerabilidades ao desenvolvimento de formas graves de COVID-19 em PVHA contribui para a gestão do cuidado em saúde destes indivíduos, e o reconhecimento da magnitude da COVID-19 nas PVHA é fundamental para o planejamento das ações estratégicas de prevenção e monitoramento
Palavras-chave
HIV, COVID-19, SARS-CoV-2, Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Giulia Soler Bianchi, Roberta Figueiredo Cavalin