Dados do Trabalho


Título

Fatores associados à mortalidade por acidentes com animais peçonhentos, Bahia, 2017-2020.

Introdução

Os acidentes por animais peçonhentos são agravos de notificação compulsória de interesse nacional, com destaque para a morbimortabilidade associada

Objetivo (s)

Objetivou-se descrever as características epidemiológicas dos acidentes por animais peçonhentos na Bahia, no período de 2017 a 2020 e apresentar os fatores associados à mortalidade.

Material e Métodos

Estudo epidemiológico retrospectivo de corte transversal realizado a partir de dados secundários, sem identificação nominal, obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e informações populacionais do IBGE.

Resultados e Conclusão

A análise dos dados considerou a notificação dos acidentes segundo ano e a taxa de letalidade. Os óbitos foram caracterizados conforme distribuição por faixa etária, sexo, ocupação, tipo do animal, zona de ocorrência do acidente, tempo decorrido picada/atendimento, local da picada, manifestações clínicas e soroterapia. Foram registrados 65.429 acidentes por animais peçonhentos no Estado da Bahia no período avaliado, sendo 1,3% considerados graves, com ocorrência de 86 óbitos (taxa de letalidade de 0,13%). A maior taxa de mortalidade específica foi registrada no ano de 2017 (0,22 óbitos por 100.000 habitantes). Do total de óbitos, a faixa etária mais acometida foi de adultos (19 a 59 anos) com idade variando de 01 mês a maiores de 80 anos e mediana de 49 anos. 19,76% foram relacionados à atividade laboral. 41,9% foram atribuídos aos acidentes com serpentes, seguido por escorpião (37,2%), abelha (15,1%), outros/ignorado (3,5%) e aranha (2,3%). Membros inferiores foram locais de picada mais frequentes (48,8%), seguidos de membros superiores (29%). Dentre as manifestações sistêmicas, destacam-se as vagais (42%), renais (36%) e neuroparalíticas (29%). 51% dos óbitos não tiveram tempo de coagulação avaliado (44 casos) e 21% apresentou alteração neste exame. 53,5% utilizaram soroterapia. Como fatores associados ao desfecho óbitos, destacaram-se os acidentes botrópicos (RP 6,9 e IC95% 4,42 – 10,75); ocorrência em zona rural (RP 3,2 e IC95% 1,9 - 5,4) e sexo masculino (RP 1,7 e IC95% 1,12 – 2,75). A caracterização do perfil epidemiológico e dos fatores associados ao desfecho óbito são fundamentais para orientar medidas de prevenção, subsidiando políticas de saúde, incluindo produção e distribuição dos soros antivenenos considerando os grupos mais expostos.

Palavras-chave

Animais Peçonhentos; Óbitos; Bahia; Epidemiologia

Agradecimentos

SESAB
SUVISA
NRS Leste

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Núbia Valéria Santos Sobral, Analy Marquardt de Matos, Radaman de Sousa Barreto, Aildes Georgea Fernandes Almeida Costa