Dados do Trabalho


Título

Potenciais vetores de Leishmanioses na Área de Proteção Ambiental e Reserva Biológica do Tinguá, Município de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, Brasil

Introdução

As leishmanioses são consideradas primariamente como zoonose de animais silvestres. O município de Nova Iguaçu, os estudos sobre flebotomíneos e espécies de Leishmania são escassos, o que dificulta conhecer o padrão epidemiológico de transmissão da doença.

Objetivo (s)

O objetivo do estudo foi obter uma amostra da composição da fauna e detectar a presença de vetores de Leishmania spp.

Material e Métodos

No período de sete meses foram realizadas capturas com armadilhas HP. Os dados foram obtidos em seis Estações de Monitoramento (EM) denominadas de EM1, EM2, EM3 - Área de Proteção Ambiental (APA); EM4, EM5, EM6 - Reserva Biológica do Tinguá (REBIO). Na APA as armadilhas foram instaladas no intradomicílio (exceto EM1), peridomicílio e mata residual (exceto EM1). Na REBIO em toca de animal silvestre e rochas. As amostras de flebotomíneos obtidas nas EM’s foram utilizadas para estimar o índice de abundância (SISA), diagnosticar DNA de Leishmania spp. e conteúdo alimentar.

Resultados e Conclusão

Foram capturados 2.162 espécimes de 16 espécies: Psychodopygus hirsutus hirsutus, Ps. davisi, Nyssomyia intermedia, Ps. ayrozai, Pintomyia fischeri, Evandromyia edwardsi e Migonemyia migonei, consideradas como vetores primários ou potenciais vetores. Apenas as capturas na EM1 foram negativas. Psychodopygus h. hirsutus foi à espécie com o SISA mais elevado (0,41) seguida por Ps. davisi com 0,37. Ambas as espécies ocorreram em todas as EM’s da APA e REBIO. Nyssomyia intermedia foi encontrada somente na APA com o SISA de 0,17 (intradomicílio), 0,35 (peridomicílio) e 0,09 (mata residual). Quanto aos outros potenciais vetores podemos destacar a presença de Mg. migonei apenas na REBIO (EM5 e EM6) com baixo valor do SISA (0,09 e 0,17), alto valor do SISA de Ps. ayrozai (0,78) na EM4 (REBIO), de Pi. fischeri presente no peridomicílio da APA (EM2/ SISA=0,05) e na REBIO (EM4/ SISA=0,19) e que Ev. edwardsi esteve ausente na EM3 (APA) e presente nas demais EM’s com o SISA variando entre 0,04 e 0,19. No diagnóstico de Leishmania spp. uma fêmea de Ps. h. hirsutus foi positiva para a presença de DNA de Leishmania (V.) braziliensis no peridomicílio (APA/ EM3). Para o diagnóstico de fonte alimentar observou um espécime de Ps. davisi positivo para Tamanduá tetradactyla na EM5 (REBIO), um possível reservatório de leishmânia. A presença de vetores primários e potenciais vetores de L. (V.) braziliensis e o reservatório natural na região são indicativos da potencial existência de ciclos de transmissão silvestre e doméstico na região.

Palavras-chave

TINGUÁ, RJ

Agradecimentos

IOC

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado

Autores

Antônio L F Santana, Alfredo C R Azevedo, Margarete M M S Afonso, Simone M da Costa, Vanessa R Vieira, Bruno M Carvalho, Thais A Pereira, Daniela P Pereira, Clélia C C Mello Silva, Mauricio L Vilela