Dados do Trabalho


Título

EXERCÍCIO FÍSICO PROMOVE A REDUÇÃO DA FIBROSE CARDÍACA NA FORMA CRÔNICA INDETERMINADA DA DOENÇA DE CHAGAS EXPERIMENTAL

Introdução

A doença de Chagas (DC), causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é uma doença tropical negligenciada e um problema de saúde na América Latina. Os mecanismos relacionados à progressão da doença ainda são desconhecidos. Uma vez que o tratamento etiológico atual tem eficácia limitada na fase crônica, a busca por novas estratégias para melhorar a qualidade de vida do portador é fundamental. Nesse contexto, a prática de exercício físico tem sido amplamente defendida. Na forma crônica indeterminada (FCI) da DC, os efeitos do exercício físico ainda são desconhecidos.

Objetivo (s)

(i) Estabelecer modelo experimental de FCI e (ii) Avaliar o efeito do exercício físico no metabolismo mitocondrial e oxidativo cardíaco e em parâmetros clínicos, histopatológicos e imunológicos neste modelo de FCI.

Material e Métodos

Camundongos BALB/c e C57BL/6 infectados com 100 e 500 parasitos da cepa Y e submetidos a um programa de exercícios em esteira que consistiu em aumento progressivo da velocidade por 4 semanas (150 a 180 dpi) em sessão diária de treinamento de 30-60 min. O efeito do exercício físico no metabolismo mitocondrial e oxidativo no tecido cardíaco foi avaliado por dosagens enzimáticas e oxigrafia de alta resolução. Adicionalmente, analisamos inflamação e a fibrose cardíaca por histopatologia e os níveis de citocinas plasmáticas por citometria de fluxo.

Resultados e Conclusão

Em 120 dpi, camundongos C57BL/6 apresentaram menor parasitemia, mortalidade e miocardite em comparação ao BALB/c, o que levou à escolha do modelo de C57BL/6 infectado com 500 parasitos para novas avaliações. Em 120 e 150 dpi, os camundongos infectados apresentaram redução da frequência cardíaca e intervalos QRS e QTc discretamente prolongados. Em 180 dpi, essas alterações elétricas não foram observadas, característica da FCI da DC. Contudo, detectamos alterações ecocardiográficas como a redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), do percentual de variação fracional da área (FAC) e volume sistólico. O exercício físico não interferiu no perfil imunológico sistêmico, nem no metabolismo mitocondrial e oxidativo no tecido cardíaco. Os camundongos infectados treinados apresentaram redução da fibrose cardíaca em comparação ao grupo infectado não treinado. Portanto, nossos dados suportam que o exercício físico promove mudanças benéficas que podem ser importantes para prevenir a progressão da DC, o que pode contribuir para melhorar a qualidade de vida.

Palavras-chave

doença de Chagas, exercício físico e fibrose.

Agradecimentos

CAPES, FAPERJ, CNPq e FIOCRUZ.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Categoria

Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado

Autores

Yasmin Pedra-Rezende, Juliana Magalhães Chaves Barbosa, Ana Cristina Souza Bombaça, Luiza Dantas-Pereira, Daniel Gibaldi, Glaucia Vilar-Pereira, Hilton Mata dos Santos, Isalira Peroba Ramos, Otacilio Moreira, Joseli Lannes-Vieira, Rubem Figueiredo Sadok Menna-Barreto