Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO ESTADO DA BAHIA

Introdução

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma afecção dermatológica, responsável por endemias persistentes em todo o Brasil; sendo considerada como uma das doenças negligenciadas.

Objetivo (s)

O objetivo desta pesquisa é descrever o perfil epidemiológico dos casos de LTA no estado da Bahia, de 2008-2018.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo e transversal, no qual foram analisados os casos de LTA notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), na Bahia, de 2008 a 2018. As variáveis descritivas foram: a) sociodemográficas: sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade; b) relativas à doença: forma clínica e evolução do caso; e c) geográficas: Núcleo Regional de Saúde (Centro-Leste, Centro-Norte, Extremo Sul, Leste, Nordeste, Norte, Oeste, Sudoeste e Sul. Considerou-se como desfecho a variável cura pela doença (sim, não). Na análise foram utilizadas as seguintes medidas: frequências, proporções, incidência, variação proporcional percentual, densidade de casos, e risco relativo (RR; IC:95%). O processamento dos dados foi realizado no SPSS versão 21,0, Tabwin e Microsoft Excel 2017.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 34.894 casos no período, sendo observado predomínio para o sexo masculino (59,9%), na faixa etária de 20 a 59 anos (52,2%), de raça/cor parda (66,9%) e que estudaram até o ensino fundamental (52,6%). Em relação aos aspectos da doença, 96,7% apresentavam a forma clínica cutânea e 64% tiveram alta por cura. A evolução para cura se mostrou estatisticamente significante para a idade entre 10 a 19 anos (RR = 1,11; IC95%: 1,09-1,13), raça preta (RR = 1,01; IC95%: 1,01-1,02) e forma cutânea (RR = 1,13; IC95%: 1,09-1,16). O Núcleo Regional de Saúde Sul foi o que apresentou maior incidência, tanto no primeiro como no último ano de estudo (131,8 e 89,6 casos/100.000 hab., respectivamente), e todos os núcleos apresentaram redução de casos entre os anos do estudo. A região de saúde com maior densidade de casos entre todos os anos foi a de Valença. Conclui-se que a identificação dos locais com maior incidência de LTA no estado, bem como das características que estão associadas à cura é de extrema relevância no direcionamento de estratégias efetivas de vigilância e prevenção. Considera-se ainda que, apesar das estimativas apresentadas, é possível que exista subnotificação de casos, o que demanda maior investimento em educação permanente dos profissionais atuantes na rede de atenção do SUS.

Palavras-chave

Epidemiologia; Leishmania; Leishmaniose Cutânea; Saúde Pública; Medicina Tropical.