Dados do Trabalho

Título

Prevalência de Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis e Mollicutes e fatores associados entre homens que fazem sexo com homens (HSH) de 15 a 24 anos no município de Vitória da Conquista – BA

Introdução

As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são um importante problema de saúde pública, e jovens homens que fazem sexo com homens (HSH) constituem um grupo de maior vulnerabilidade para estas infecções.

Objetivo (s)

O objetivo do estudo foi estimar a prevalência de IST bacterianas em diferentes sítios anatômicos e verificar associação com fatores sociodemográficos.

Material e Métodos

Estudo transversal, com 111 HSH entre 15 e 24 anos, no qual se utilizou a técnica amostral Respondent Driven Sample (RDS), com amostragem dirigida pelos próprios participantes. Dados sociodemográficos, comportamentais, e amostras de swab anal, uretral e oral foram coletados. Neisseria gonorrhorae (NG), Chlamydia trachomatis (CT), Mycoplasma genitalium (MG), M. hominis (MH), Ureaplasma urealyctum (UU) e U. parvum (UP) foram detectados por qPCR. Foram estimadas prevalências gerais, considerando pelo menos um sítio de infecção, e por sítio anatômico. A associação entre a prevalência e variáveis foi avaliada por Qui-quadrado (P<0,05). Os resultados foram ponderados usando o estimador de Gile.

Resultados e Conclusão

A prevalência encontrada para NG foi de 8,1%. Ao analisar a prevalência por sítio, foi observado uma maior prevalência no sítio anal (6,7%) quando comparado com os sítios uretral e oral (3,2% e 2,3% respectivamente). Para CT, a prevalência foi de 8,5%, com prevalência oral de 4,6%, anal de 3,0% e uretral de 1,4%. Para MH, a prevalência foi de 21,8%, com 12,2% para oral, 12,0% para anal e 3,5% para oral. MG apresentou a prevalência de 9,5% com 4,5%, 4,5 e 1,5% para oral, anal e uretral, respectivamente. Para UU, a prevalência foi de 36,8%, sendo 30,3% para uretral, 20,7% para anal e 11,7% para oral. UP apresentou a prevalência de 4,8%, sendo 2,8% para uretral, 1,9% para oral e 0% para anal. Na análise bivariada, NG foi associado com orientação sexual homossexual (12,4%; p=0,011) e CT com a idade de 15 a 19 anos (30,9%; p<0,001) e aqueles cursaram até o ensino médio (23,1%; p=0,003). Não foram observadas associações para as outras espécies MH, MG, UU e UP. Foram observadas altas prevalências das IST em todos os sítios anatômicos, especialmente nos extragenitais, o que reforça a importância de testagem em sítios distintos. As associações encontradas sugerem a necessidade da implementação de medidas educativas, especialmente entre este público mais jovem.

Palavras-chave

Palavras-chave: HSH, IST, prevalência

Agradecimentos

UNITAID e Ministério da Saúde do Brasil