Dados do Trabalho


Título

Sífilis Congênita e sua relação com a Sífilis Gestacional no estado da Bahia de 2013 a 2022: Realidade ou falha nos registros?

Introdução

A sífilis é uma doença infecciosa de grande magnitude e importante transcendência, causada pelo Treponema pallidum, cuja transmissão se dá por via sexual ou vertical. A forma congênita, resulta da sífilis gestacional não tratada, ou tratada inadequadamente, sendo estimado entre as gestantes infectadas um aumento de até 52% na probabilidade de ocorrer desfechos adversos, incluindo abortamento, parto pré-termo, óbito fetal ou neonatal e aumento do número de internações hospitalares.

Objetivo (s)

Descrever e analisar o perfil epidemiológico dos casos de Sífilis Congênita e sua relação com a Sífilis Gestacional no estado da Bahia de 2013 a 2022.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal, que utilizou dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), tabulados pelo Tabnet da SESAB/SUVISA/DIVEP, referentes aos casos de Sífilis gestacional e sífilis congênita notificados no estado da Bahia 2013-2022. Para a descrição e análise, foram designadas variáveis sociodemográficas, como raça, idade e escolaridade materna, além de variáveis clínico-epidemiológicas, como realização do pré-natal, momento do diagnóstico da sífilis e tratamento do parceiro.

Resultados e Conclusão

No período avaliado de 2013 a 2022, foram confirmados 32.514 casos de gestantes com sífilis no estado da Bahia. A faixa etária mais acometida foi de 20 a 24 anos com 30,6%. Observamos que mulheres com baixa escolaridade são mais infectadas, 28% das mulheres apresentam ensino fundamental incompleto. Em relação a raça-cor 82,6% dos casos de sífilis foram em mulheres que se declararam pretas e pardas. No que se refere aos casos de sífilis congênita, foram confirmados 12.657 casos em menores de 1 ano, equivalente à 38,9% dos casos notificados de sífilis em gestantes. Desses casos notificados, 73,8% fizeram acompanhamento de pré-natal, no entanto, quando avaliado o momento da detecção da sífilis, as notificações de sífilis congênita apontam que 80% dos casos tiveram a detecção no momento do parto, o que pode não estar refletindo a realidade quando comparado com os percentuais de detecção nas notificações de sífilis gestacional que foi de 73,8%. É importante implantar câmaras técnicas de investigação da sífilis congênita, seja ela municipal ou Regional, com objetivo de avaliar o seguimento da gestante com sífilis para comparar as informações do pré-natal e do parto, com vistas a confirmar ou descartar a sífilis congênita, pois, os registros ainda são bastante falhos.

Palavras-chave

Pré-natal; Sífilis; Congênita; Câmara técnica.

Agradecimentos

SESAB/SUVISA

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

ALEX SOUZA MIRANDA, Lidiany Menezes Barbosa Almeida