Dados do Trabalho

Título

O desafio de diagnosticar as leishmanioses e identificar seus agentes etiológicos nas Américas: estratégias para superar as limitações impostas

Introdução

As leishmanioses representam um conjunto de doenças caracterizadas por suas diferentes formas clínicas. As espécies de Leishmania estão dentre os fatores implicados nas manifestações clínicas e são importantes para o desfecho terapêutico. Por isso, o diagnóstico das leishmanioses, e, quando possível, a identificação da espécie de Leishmania para a melhor conduta terapêutica é recomendada. Na rotina clínica, o exame parasitológico direto é o método mais empregado no diagnóstico das leishmanioses, a despeito das suas limitações. O isolamento e cultivo do parasita não são uma prática frequente, entretanto, a realização dessa estratégia possibilita maior especificidade ao diagnóstico, seja por métodos clássicos, como isoenzimas, ou por métodos baseados em PCR.

Objetivo (s)

Pretendemos explorar a experiência do LRDIL nos últimos anos apresentando as abordagens que utilizamos para o diagnóstico molecular das leishmanioses, seguido da identificação da espécie e de genótipos, com protocolos que variam em função do material recebido e dos dados clínicos epidemiológicos.

Material e Métodos

Empregamos diferentes metodologias e alvos moleculares para alcançar a identificação de espécies e genótipos de Leishmania.

Resultados e Conclusão

A vantagem das isoenzimas está na precisão da identificação de espécies conhecidas, mas se limita a necessidade de padrões de referência, exemplificado na descrição do primeiro caso de L. martininquensis no Brasil, não identificado por isoenzimas, mas sim pelo sequenciamento do gene hsp70. A PCR e o sequenciamento parcial de genes de Leishmania spp. são estratégias importantes para o diagnóstico e identificação de espécies, mas o emprego de um único marcador não alcança a diversidade de Leishmania nas Américas. No caso de L. infantum, por exemplo, a ocorrência de uma deleção no cromossoma 31 em cepas brasileiras foi associada à falha na resposta terapêutica a miltefosina. Portanto, a genotipagem de cepas através da detecção dessa deleção se faz necessária. Os protocolos e alvos moleculares empregados na PCR precisam estar padronizados, mas é importante que opções e métodos para diferentes alvos estejam disponíveis, incluindo protocolos de qPCR, em função da sua maior sensibilidade frente a cPCR. O uso de hsp70 e ITS1 é bastante recomendado, mas temos que considerar a limitação desses alvos na identificação de espécies circulantes em algumas áreas, como a região Amazônica, mostrando a complexidade da situação e necessidade de busca por novos protocolos.

Palavras-chave

Leishmania, diagnóstico, isoenzimas, PCR