Dados do Trabalho


Título

Hesitação Vacinal para Influenza e Covid-19 em Trabalhadores da Saúde em um Hospital Universitário no Rio de Janeiro: Resultados Preliminares

Introdução

A hesitação vacinal, uma das dez maiores ameaças à saúde pública no mundo segundo a Organização Mundial da Saúde, se refere ao atraso na aceitação ou recusa da vacinação, apesar da disponibilidade nos serviços. A análise em trabalhadores da saúde justifica-se em função dos profissionais desempenharem papel crucial na promoção da aceitação de vacinas, além de estarem sob o risco de adquirir e de transmitir infecção, muitas vezes causada por agentes imunopreviníveis.

Objetivo (s)

Investigar a associação entre confiança, complacência e conveniência com a hesitação vacinal para influenza e vacina bivalente para Covid-19 em 2023 entre trabalhadores do setor saúde de um hospital universitário do Rio de Janeiro.

Material e Métodos

Profissionais de saúde da UI e UTI neonatal do Hospital Universitário no Rio de Janeiro, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foram submetidos a um questionário específico contendo perguntas sociodemográficas e questões com vista à avaliação das variáveis de confiança, complacência e conveniência para subsequente correlação com a hesitação vacinal.

Resultados e Conclusão

Em 2023, 41% dos profissionais não se vacinaram para influenza e 35% não receberam vacina bivalente para Covid-19. Entre os vacinados, 32% se vacinaram em campanha realizada no próprio hospital para influenza e 25% para COVID-19. No grupo estudado: 38% eram técnicos em enfermagem, 30% enfermeiros e 20% médicos, destes 70% não relataram comorbidades e mais de 95% recebiam mais de dois salários mínimos. As reações vacinais foram apontadas por 22% dos entrevistados. Quase 30% relatavam que não se sentiam acolhidos pelo profissional que aplicou a vacina, 13% não acreditavam que o governo tivesse fornecido a melhor vacina e menos de 10% não confiavam em informações que os profissionais lhe passavam. Pelo menos 7% afirmaram que tiveram acontecimentos que os fizeram desacreditar da vacinação. Mais de 97% relataram saber que trabalhar em hospital aumenta o risco de ser contaminado para influenza e Covid-19, mas 17% teriam que abrir mão de suas convicções para se vacinar. A alta taxa de hesitação em relação à vacinação em profissionais da saúde reflete um problema na saúde pública. Este estudo chama a atenção para a necessidade urgente de mudanças das estratégias de campanha vacinal, informações e busca ativa de não vacinados em profissionais de saúde.

Palavras-chave

Vacinação, imunização, influenza, COVID-19, profissionais saúde

Agradecimentos

UNIRIO, FIOCRUZ/IOC, CAPES e FAPERJ

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Cileyda Curty, Livia Melo Villar, Juliana Custodio Miguel, Elba Regina Sampaio Lemos, Vanessa Salete de Paula