Dados do Trabalho


Título

Situação epidemiológica da Hepatite A no Rio de Janeiro (2008-2022) após a implementação de políticas públicas de prevenção e controle

Introdução

A melhoria dos padrões de saneamento e acesso à água potável tem sido associada a mudanças do perfil epidemiológico da infecção pelo vírus da hepatite A (HAV), principalmente em países de renda média e economia em transição. Em países desenvolvidos, ainda que a introdução da vacina contra a hepatite A tenha sido apontada como principal fator na diminuição do número de casos, o HAV é o agente etiológico mais frequentemente associado a surtos de doenças transmitidas por água e alimentos, principalmente em pessoas que fazem uso de água não tratada.

Objetivo (s)

Avaliar o impacto da implementação de políticas públicas de saúde na incidência de casos e surtos de hepatite A de provável veiculação hídrica no Rio de Janeiro no contexto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2008 e da introdução da vacinação universal de crianças no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2014.

Material e Métodos

Foram coletados dados de notificação de casos no estado do Rio de Janeiro reportados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação no período de 2008 a 2022. A proporção de surtos que tiveram como fonte provável a água de consumo foi deduzida a partir dos 58 eventos analisados por demanda espontânea no LADTV, Fiocruz, neste período. A detecção do HAV em amostras de água foi realizada após filtração e concentração por eluição (ISO 15.216).

Resultados e Conclusão

Observou-se o aumento de casos notificados entre 2008 e 2013 seguido de queda entre 2014 e 2016 e uma brusca elevação entre 2017 e 2018, período em que também se identificou um aumento súbito da demanda por análise de água no LADTV. A frequência de detecção do HAV foi duas vezes maior em surtos associados a fontes alternativas (água não tratada) do que em surtos associados à rede pública de abastecimento (água tratada). A implementação do PAC parece não ter afetado a distribuição temporal de casos notificados de hepatite A no Rio de Janeiro, que vem apresentando oscilações na curva de incidência ao longo dos anos. É provável que a queda do número de casos entre 2014 e 2016, coincidente com a introdução da vacina no PNI, tenha resultado em diminuição da exposição ao HAV em crianças abaixo de cinco anos. Quanto ao pico observado em 2017-2018, destaca-se que a maior concentração de casos ocorreu na comunidade do Vidigal, acometida por um surto de hepatite A associado a contaminação de fontes alternativas de água de consumo.

Palavras-chave

Hepatite A, casos notificados, surtos, Rio de Janeiro, PAC, PNI.

Agradecimentos

Capes; Coordenação de Vigilância e Laboratórios de Referência, Fiocruz.

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Categoria

NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador

Autores

Mariana da Silva Cardoso, Edson Elias da Silva, Marcelo Alves Pinto, Jaqueline Mendes de Oliveira