Dados do Trabalho

Título

Bocavírus e Aichívirus humano como agentes etiológicos de quadros de gastroenterite aguda infantil em Salvador, Bahia.

Introdução

A gastroenterite aguda (GEA) é um problema global provocando mortalidade, sendo a oitava causa de mortes no mundo, principalmente em crianças menores de 5 anos. Dentre os agentes etiológicos virais associados a GEA, tem-se o Bocavírus (HboV) que possui genoma ssDNA e pertence à família Parvoviridae e Aichivírus (AiV) com genoma ssRNA(+) da família Picornaviridae, eles possuem como método de transmissão água e alimentos contaminados, mas o HboV também é transmitido via respiratória. O diagnóstico laboratorial é essencial diante de outros possíveis agentes responsáveis de GEA assegurando assim um tratamento adequado.

Objetivo (s)

O objetivo deste estudo é investigar a ocorrência de infecções por HboV e AiV em crianças com GEA em Salvador-BA.

Material e Métodos

Amostras (n=95) de fezes provenientes de crianças com quadros de GEA, atendidas em um hospital particular em Salvador foram enviadas ao Laboratório de Virologia - ICS – UFBA para sua análise e diagnóstico. A extração do ácido nucleico dos vírus foi realizada utilizando o kit Maxwell® RSC Viral Total Nucleic Acid Purification (PROMEGA). Uma vez extraído, as amostras para detecção de HbbV foram submetidas a técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) e Nested-PCR com primers que codificam as regiões VP1/VP2 com o kit GoTaq® Colorless Master Mix Protocol (PROMEGA). Para detecção de Aichivírus, foi empregada a técnica de RT-PCR, utilizando o kit ImProm-||™ Reverse Transcription System (PROMEGA) e posteriormente PCR com o kit GoTaq® Green Master Mix (PROMEGA) com o primer que codificam a junção 3C/3D do genoma de AiV. A visualização dos produtos foi realizada por eletroforese em gel de agarose 2%, utilizando brometo de etídio para coloração e observação dos produtos de PCR de 576 pb para HboV e 519 pb, para AiV.

Resultados e Conclusão

Das amostras (n=95) analisadas para HboV, 8,8% (6/95) foram positivas para o vírus. Do total de amostras (n=95), foram avaliadas para AiV (n=10) e dentre elas (10/95), 10% (1/10) foram positivas. Assim pode-se concluir que o HboV é um agente etiológico da GEA em crianças de Salvador, principalmente, menores de 2 anos. Por outra parte, é de destacar que este trabalho reporta de forma inédita, o primeiro registro da presença de AiV na Bahia. Um diagnóstico preciso e adequado são essenciais para melhorar a vigilância epidemiológica e o cuidado com o paciente.

Palavras-chave

Bocavírus. Aichivírus. Gastroenterite aguda. Vírus entéricos. Crianças.

Agradecimentos

ICS-UFBA.